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“Maria Bonita nas Ciências”: Projeto da UERN em Natal vai empoderar meninas para seguirem carreira nas ciências

Neste sábado (3), começa no Campus Natal da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (CaN/UERN) o projeto de extensão “Maria Bonita nas Ciências”. O projeto foi pensado para incentivar meninas do Ensino Médio de escolas públicas da zona Norte da capital a ingressar em graduações nas áreas de ciências, principalmente em cursos voltados para tecnologia, como os oferecidos pela UERN em Natal: Ciência da Computação e Ciência & Tecnologia.

A ideia do projeto não é recente. Desde 2011, a Sociedade Brasileira de Computação incentiva essas iniciativas durante seus congressos nacionais anuais com o evento “Women in Information Technology (WIT)”, no qual as participantes discutem assuntos relacionados a questões de gênero na área da Tecnologia de Informação (TI) no Brasil – histórias de sucesso, políticas de incentivo e formas de engajamento e atração de jovens, especialmente mulheres, para as carreiras associadas à TI.

A abertura do projeto será com uma palestra sobre “Ser mulher na contemporaneidade: a dor e a delícia de ser o que é”, ministrada pela vereadora em Natal Maria Divaneide Basílio, doutora em Ciências Sociais pela UFRN. A palestra iniciará às 9h, no Campus de Natal, na Av. Dr. João Medeiros Filho, 3419, Potengi.

Coordenadora do projeto, a professora Gláucia Melissa Medeiros Campos contou que visitou três escolas da zona Norte de Natal com Ensino Médio: Escola Estadual Dulce Wanderley, na Redinha; Escola Estadual Peregrino Júnior, no Conjunto Santa Catarina; e Escola Estadual Professor Josino Macedo, no bairro Potengi; reunindo cerca de 60 meninas interessadas em participar das aulas e oficinas, que ocorrerão todos os sábados até novembro. Ainda há vagas. Interessadas podem ir neste sábado à palestra de abertura e fazer inscrição no projeto.

Nas atividades semanais, as participantes assistirão palestras e mesas-redondas temáticas com profissionais de diversas áreas das ciências, além de exibição de filmes sobre histórias de sucesso de mulheres nas ciências. O projeto também vai oferecer cursos de programação; fotografia e sobre como ganhar dinheiro utilizando redes sociais; bem como sobre redação de textos argumentativos. “Queremos empoderar, incentivar, fazer com que elas se sintam capazes e despertar o interesse delas, além de oferecer conhecimentos básicos para o futuro”, explica a coordenadora.

O “Maria Bonita nas Ciências” está cadastrado como um projeto parceiro do Programa Meninas Digitais, da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), que tem como objetivo divulgar a área de computação e suas tecnologias para despertar o interesse de meninas estudantes do Ensino Médio (nas suas diversas modalidades) e dos anos finais do Ensino Fundamental. O projeto foi aprovado pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex/UERN) e contemplado com bolsa de extensão durante oito meses.

As meninas serão incentivadas a seguir carreira nas áreas da ciência, tecnologia e matemática (conhecido como STEM, da sigla em inglês para science, technology, engineering and mathematics), sendo que o projeto tem como maior ênfase os cursos direcionados para informática.

Segundo a professora Gláucia, iniciativas como o “Maria Bonita nas Ciências” são necessárias porque existem muitas dificuldades peculiares às mulheres nas carreiras das áreas tecnológicas. “A associação entre tecnologia e masculinidade distancia as meninas da informática desde cedo, quando lhes são oferecidas bonecas e casinhas, e aos meninos carros com controle remoto e videogames. As mulheres sofrem preconceitos de amigos, colegas de sala e de trabalho ao fazer escolhas atreladas ao universo masculino, sendo que algumas delas ainda têm a sua sexualidade questionada. A sociedade pensa e define o conceito de mulher ou homem de acordo com o desenvolvimento de suas habilidades e competências. De acordo com essa percepção, a mulher tem uma habilidade mais natural para atividades que exigem atenção e afeto, mas não racionalidade, ao contrário dos homens. Muitas mulheres desistem da graduação por serem as únicas dentro da turma. As conversas e o machismo típico da nossa sociedade bombardeiam diariamente essas mulheres com mensagens que atacam a autoestima. Dentro das empresas, as mulheres sofrem com salários mais baixos, mesmo exercendo atividades semelhantes as de seus colegas. Também existem relatos de mulheres que sofrem assédio sexual”, elenca.

Para mais informações veja o Instagram: @maria.bonita.nas.ciencias

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