Antony Jeová sempre se dedicou à pesquisa. Quando aluno de graduação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), participou da iniciação científica. Nesse período, soube da possibilidade de uma parceria com universidades francesas. Depois de formado, voltou à instituição potiguar para dar continuidade aos estudos, de olho nessa oportunidade.
Aprovado no Programa de Pós-graduação em Ciências Naturais (PPGCN), integra atualmente a equipe do Laboratório de Catálise, Ambiente e Materiais, vinculado ao Departamento de Química da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais (Fanat). Está sob orientação da professora Anne Gabriella.
Lembrou da perspectiva de internacionalização e não perdeu tempo: hoje faz estágio na Universidade de Poitiers, na França, sob a orientação do professor Alexander Sachse. A experiência tem financiamento do Programa CAPES/Cofecub, que visa fortalecer a cooperação acadêmica entre Brasil e França, promovendo a mobilidade de professores, pesquisadores e estudantes, além de incentivar a criação de redes de pesquisa entre instituições de ensino superior dos dois países.
“Quando a chamada para o estágio foi feita, eu pensei logo em participar. Mas não era algo definido, tinha que passar pela entrevista, juntar dinheiro com rifa e tirar os documentos em um prazo curto. Sou muito grato ao auxílio do PPGCN”, disse Antony. “Sem a Uern, eu não estaria aqui”.
De acordo com o pesquisador, a educação muda as pessoas, o que destaca lembrando Paulo Freire. Contou que, como muitos alunos da Uern, é o primeiro de sua família a finalizar um curso de nível superior. Sonha que seus irmãos e irmãs se motivem a seguir um caminho semelhante.
Recentemente, Antony apresentou a pesquisa que desenvolve na Uern para o evento anual de zeólitas realizado na cidade de La Rochelle, onde representou sua equipe. “Meu estágio tem sido uma experiência científica e cultural muito enriquecedora, bem como desafiadora. Já me abriu portas para novas parcerias e oportunidades. Tive o privilégio de poder chegar aqui e espero que outros estudantes se sintam motivados a abraçar as oportunidades que surgem durante a vida acadêmica”.
Universidade consolida esforço de internacionalização
A Uern possui um plano estratégico de internacionalização. Tem como eixos firmar parcerias, desenvolver capacidades, incentivar a mobilidade acadêmica e investir em tecnologia e inovação.
O titular da Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (Diri), Pedro Adrião, informa que a Uern possui 31 convênios com instituições estrangeiras. A ideia é expandir as parcerias com instituições da América Latina, África e Ásia, que fazem parte do eixo Sul-Sul.
Além disso, o projeto “Uern – Conexão Global” promove o debate sobre a internacionalização da Universidade. “Por meio de discussões, debates e troca de experiências ,o conexão global pretende manter a comunidade uerniana informada sobre eventos internacionais, oportunidades de mobilidade acadêmica presencial e virtual”, declarou Pedro Adrião, num dos eventos realizados.
Em abril, a Uern recebeu a visita técnica do professor Alejandro Amaya Vezzoso, da Universidad de la Republica, no Uruguai, para discutir uma parceria de internacionalização para o Programa de Pós-Graduação em Ensino (Posensino). “Enquanto universidade, temos intensificado as ações de internacionalização. Para os estudantes, a experiência internacional é enriquecedora, é um diferencial na sua formação acadêmica”, afirmou na oportunidade a reitora Cicília Maia.
A professora Ellany Gurgel, titular da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), ressalta que a Uern tem instigado esse processo de internacionalização, em especial no eixo Sul-Sul. “Essas parcerias possibilitam que ações de internacionalização sejam executadas” em vários programas de pós-graduação, finalizou.
