Para a agricultora Antonia Diana, que mora no Projeto de Assentamento São Romão, zona rural de Mossoró, a falta de incentivo e a burocracia são as principais dificuldades para a Agricultura Familiar. Diana herdou dos pais a paixão pela terra e passa esse ensinamento para as outras gerações, pois além de agricultora ela também é educadora. “Lá no assentamento ainda há muitas famílias que preservam o costume de usar agrotóxico, mas estamos fazendo um trabalho de conscientização”, afirmou Antonia Diana, que cultiva melão, melancia e abacaxi para comercialização, além de outras culturas para consumo da família.
Mulheres e homens com histórias parecidas com a de Diana estavam presentes ontem (13) na abertura do I Congresso de Agroecologia do Semiárido e o VII Simpósio Brasileiro de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Semiárido, no Teatro Municipal Dix-huit Rosado. Muitos deles subiram ao palco numa apresentação cultural. Os eventos seguem até a próxima sexta-feira (16), com atividades no Expocenter.
A solenidade de abertura contou com a mesa-redonda sobre “Agricultura Familiar na América Latina – Realidade no Semiárido Brasileiro”, ministrada por João Pedro Stédile (MST), Ignácio Hernan Salcedo (INSA) e Ricardo Padilha (FAO MMA), intermediada pelo professor da Faculdade de Direito da UERN, João Paulo Medeiros. Outro destaque foi a apresentação do poeta Antonio Francisco, cujos versos populares remetem à defesa do meio ambiente e à justiça social.
O Vice-Reitor da UERN, prof. Aldo Gondim, presidiu a solenidade e, após manifestos da plateia, que questionaram a ausência de mulheres na mesa de abertura, quebrou o protocolo e cedeu seu lugar à mesa para as mulheres, decisão que foi acompanhada pelas demais autoridades.
Várias personalidades e instituições foram homenageadas durante a solenidade. O professor Ramiro Camacho, do Departamento de Ciências Biológicas da UERN, foi um dos homenageados. Compondo a coordenação dos eventos, Ramiro destaca que todas as expectativas foram superadas. “Tivemos 650 trabalhos inscritos, desses, 440 foram aprovados. O número de inscrições também está alto, são 780 participantes”, afirmou Ramiro.
Para Ramiro Camacho, a preocupação das pessoas com alimentação saudável vai ser um dos destaques das discussões. “A Agroecologia vem despertar o interesse das pessoas pela saúde e qualidade de vida”, opinou.
Até sexta-feira (16) acontecerão mesas redondas, ciclos de palestras, mini-cursos, visitas técnicas, trocas de sementes, dias de campo e Feira da Agricultura Familiar.
PARCERIA – A realização dos eventos conta com parceria de diversas instituições: UERN, IFRN, UFERSA, NUMA (Núcleo Macambira de Ensino, Pesquisa e Extensão), NEA (Núcleo de Estudos em Agroecologia) e GVAA (Grupo Verde de Agricultura Alternativa) com os parceiros EMBRAPA, UFRN, UFC, UFRPE, SEBRAE, CREA, INCRA, MAPA, EMATER, RN Sustentável, ASA (Articulação Semiárido) e outros.
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