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Golfinhos que encalharam em Areia Branca estavam contaminados por metais pesados

O maior encalhe de golfinhos da espécie falsa orca do Brasil ocorrido no ano passado, em Areia Branca, foi provocado pela absorção de metais pesados pelos animais. O resultado dos exames feitos em laboratórios do RN e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) foi anunciado em entrevista coletiva, nesta segunda-feira, 22, no Hotel Costa Branca, praia de Upanema, local do encalhe.

Depois de apresentar um vídeo gravado durante a operação que conseguiu devolver ao mar 24 dos 30 golfinhos encalhados (83%), o coordenador do projeto, professor Flávio Lima, anunciou a conclusão das análises feitas em amostras dos animais mortos. O professor explicou que os exames apontaram que os golfinhos haviam sido contaminados com mercúrio e o metal teria baixado a imunidade dos animais, provocando a proliferação de parasitas no intestino e na cabeça.

“Com a imunidade baixa, os parasitas que geralmente ficam no intestino do animal, migraram para uma reunião da cabeça conhecida por ‘bulas timpânicas”, que serve para o animal ter uma orientação espacial. “Com isso, eles ficaram desorientados e perderam o rumo, vindo a encalhar em Upanema”, esclareceu o professor, ressaltando que os golfinhos estavam com 20 vezes mais mercúrio no sangue do que os padrões internacionais estabelecidos.

Com a conclusão das análises, os biólogos do projeto cetáceos da Costa Branca irão preparar artigos científicos que serão apresentados em eventos mundiais, até porque o índice de salvamento em caso de encalhe coletivo chamou a atenção da comunidade científica uma vez que a média internacional é de 20%.

O reitor Pedro Fernandes, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, elogiou a determinação da equipe que trabalhou no salvamento dos golfinhos e que monitora toda a costa branca, dizendo que a cada apresentação que faz do projeto, a UERN tem o trabalho reconhecido. “Levamos o projeto para a nossa bancada federal e os parlamentares ficaram impressionados com esse trabalho que deu projeção internacional à UERN e ao Estado”, destacou o reitor.

A prefeita de Areia Branca, Luana Bruno, também fez questão de elogiar o projeto, ressaltando o envolvimento da comunidade e do poder público nesse trabalho de pesquisa e extensão. Para provar o reconhecimento do município, a prefeita anunciou a doação de um terreno para a construção da base de atendimento aos animais, na praia de Upanema.

O vice-reitor Aldo Gondim, a vice- coordenadora do projeto, Dra. Simone Almeida e a médica veterinária, Ana Paula, que coordenou a operação durante o encalhe, partiparam do anúncio do resultado dos exames. Presentes, ainda, jornalistas de todos os órgãos de comunicação de Mossoró e do Estado, Pró-reitores, professores, estudantes e funcionários da Universidade e da Prefeitura Municipal de Areia Branca.

Depois da coletiva, a comitiva visitou a base de resgate e reabilitação de animais marinhos do projeto cetáceos da Costa Branca também em Upanema.

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