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Passarinhar: Alunos e professores da Uern criam grupo de observação de aves

Uma prática que ganha adeptos no mundo inteiro está ganhando espaço em Mossoró e região: a observação de aves em seu habitat natural, livres para exibir seus cantos e cores. Alunos e professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) criaram um movimento com o objetivo de não só contemplar a beleza dos animais, mas sensibilizar as pessoas para a importância da conservação ambiental e da biodiversidade.

A atividade de observação de aves, ou birdwatching, é mundial e acontece há alguns anos. “Passarinhar” é o verbo mais utilizado para se referir à atividade. No Brasil, ganhou força com o Instituto Butantan, em 2014, e a partir daí vários estados e cidades brasileiras se organizaram para montar seus grupos.

O Vem Passarinhar Rio Grande do Norte, iniciado no curso de graduação de Ciências Biológicas e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais (PPGCN), é aberto e qualquer pessoa pode participar.

Grupo é aberto a participação de qualquer pessoa interessada no tema (Foto: Vem Passarinhar RN)

“É algo para todos que gostam de contemplar a natureza e que se encantam pelas aves. Não é somente para pesquisadores. O objetivo maior é a sensibilização da população para a conservação ambiental e da biodiversidade, pois quando se observa aves, não são apenas elas que são percebidas, e sim uma infinidade de elementos da natureza. Somos um grupo aberto para parcerias e para nos unirmos em atividades com a comunidade”, ressalta a professora Danielle Peretti, do Departamento de Ciências Biológicas.

Desde que foi criado, o movimento vem compartilhando, nas redes sociais e em eventos, conteúdos e fazendo divulgação da ciência com temas relacionados às aves. Os primeiros treinamentos com observação de aves limícolas (de ambientes úmidos como rios e lagoas) ocorreram em Icapuí, Ceará. A partir daí, outros ambientes foram visitados e várias espécies foram sendo registradas.

“Esse ano também colaboramos com a inserção de uma lista de espécie na plataforma EBird e realizamos um evento junto com a terceira Semana do Meio Ambiente do Curso de Ciências Biológicas (SeMaBio). Nessa ocasião, fizemos uma atividade de observação de aves no Parque Municipal de Mossoró e foi bem recebida pelo público. Ainda fizemos divulgação no Partage Shopping durante a comemoração dos 50 anos da Pró-Reitoria de Extensão (Proex)”, menciona a docente.

A expectativa é que até agosto deva acontecer uma nova atividade no Parque Municipal e depois visitas a unidades de conservação do estado.

Apesar de não terem registrado aves raras, os participantes avistaram algumas espécies que, atualmente, são classificadas como ameaçadas, tal qual o maçarico-de-papo-vermelho que se encontra em perigo iminente de extinção.

Outra ave que chama atenção do grupo durante as passarinhadas na caatinga é o corrupião, espécie que foi escolhida como símbolo do Vem Passarinhar RN, que encanta tanto pela beleza de sua plumagem quanto pelo canto melódico que ecoa pela natureza.

As fotografias realizadas pelos participantes são utilizadas para publicações, alimentam o guia de identificação para ser usado aqui região e são compartilhadas em plataformas de registros de espécies, com o objetivo de tornar conhecida a biodiversidade do RN.

Criação

Diogo Rolim conheceu a prática do passarinhar através do Manakin Ecoturismo, em um curso oferecido pela ONG Aquasis, no Ceará. Encantou-se com a novidade e despertou nele o desejo de fazer algo no mesmo molde aqui no RN.

“Fiquei fascinado não só por ser amante de pássaros, mas principalmente por ver que uma ação tão simples como observar aves é capaz de captar o público acerca de uma importante questão quanto a conservação ambiental. Muitas vezes não temos tempo de observar a natureza e o quão ela pode ser diversa, mesmo nos centros urbanos, e o movimento Vem Passarinhar trás isso de contato com o ambiente natural e seus componentes, afinal numa passarinhada não vemos só pássaros, mas um conjunto de elementos que compõe nossa diversidade seja de animais, plantas ou paisagens”, relatou o estudante da Pós-Graduação em Ciências Naturais.

Movimento começou a realizar ações a partir de janeiro deste ano (Foto: Vem Passarinhar RN)

Com Diogo, a professora Danielle Peretti e os estagiários do Laboratório de Ictiologia e Ecologia Aplicadada (LABICEA), Jackson Gomes e Pedro Soares, as primeiras discussões sobre possíveis trabalhos científicos com a avifauna começaram a surgir.

“A partir dessa pesquisa, discutimos sobre a necessidade de levar esse conhecimento acerca das aves para toda a sociedade, pensando na utilidade da atividade de observação de aves para população mossoroense e de todo RN. Como o movimento #vempassarinhar ainda não tinha uma versão do estado, decidimos criar o #vempassarinharrn, seguindo as premissas de buscar promover a sensibilização ambiental e proteção da natureza e através da atividade prática de lazer que é a observação de aves”, relata Jackson Gomes.

As palestras, mostras científicas e, principalmente, as atividades de campo são o que Pedro Soares mais gosta. “A sensação de contato com a natureza é excelente, aprendemos muito sobre as aves nativas e exóticas potiguares e de regiões próximas”, completa.

Para Rolim, é uma grande satisfação estar em contato com o ambiente natural e poder contribuir para que as pessoas também possam criar esse vínculo e adquirir conhecimento sobre a biodiversidade. Segundo o mestrando, ao conhecer melhor a natureza as pessoas podem ter um estilo de vida mais consciente no que concerne às questões acerca da preservação do meio ambiente.

“Adoro guiar pessoas em trilhas e tenho enorme satisfação quando as pessoas se impressionam com a riqueza da avifauna circundante, as quais nunca se deram conta existir e daí vemos surgir o interesse do público por conhecer mais a fundo esse fascinante mundo das aves. Esse retorno é o que mais me satisfaz no Vem Passarinhar. Acho que as pessoas protegem melhor aquilo que elas têm conhecimento da importância e o movimento #vempassarinharRN traz isso como principal objetivo”, destaca.

Jackson Gomes se sente satisfeito com o que o movimento vem conquistando, utilizando espaços públicos “para incentivar atividades que geram mais qualidade de vida para as pessoas, por meio da aproximação com a natureza e levando o conhecimento científico para a população por meio dessa atividades e das redes sociais”.

Para saber mais sobre o movimento e atividades acesse o perfil @vempassarinharrn no Instagram.

Fotos: Pedro Soares/Vem Passarinhar RN

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