A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) abriu, na manhã desta sexta-feira (10), a programação da I Conferência Potiguar de Infectologia (Potinfecto), evento sediado pela Faculdade de Ciências da Saúde (Facs) e promovido em parceria com a IFMSA Brazil UERN e o projeto Vacinas Brincantes. Realizada de forma presencial em Mossoró, a conferência segue até este sábado (11), reunindo especialistas, pesquisadores e estudantes em torno de temas atuais da infectologia, imunologia e saúde pública.
A solenidade de abertura contou com a presença da diretora da Facs, professora Alyssandra Rodrigues; do vice-diretor da Faculdade, Álvaro Marcos Pereira Lima; do representante do Departamento de Ciências da Saúde, professor Jerônimo Dix Sept Rosado Sobrinho; da coordenadora do Potinfecto, professora Patrícia Stela; e do presidente do evento, Wesley Dawison.
Durante a cerimônia, a professora Alyssandra destacou a relevância do congresso no cenário pós-pandêmico. “Esse congresso traz reflexões que a gente precisa depois de uma pandemia, que vivemos e sobrevivemos. Discutir infectologia e imunização é pensar na reconstrução da saúde pública e na valorização da ciência”, ressaltou.
Na sequência, o público acompanhou a primeira palestra do evento, ministrada pela Drª. Eveline Pipolo Milan, médica infectologista, doutora pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Com o tema “Esporotricose sem segredos: o passo a passo do diagnóstico ao tratamento”, a pesquisadora apresentou um panorama sobre a micose causada pelo fungo do gênero Sporothrix, destacando seu avanço e impacto em diversas regiões do país.
De acordo com ela, a doença “tem se consolidado como um grave problema de saúde pública no Brasil, especialmente nas regiões urbanas, onde a transmissão zoonótica, principalmente por felinos, desempenha papel central na disseminação da doença”. Nos últimos anos, o Rio Grande do Norte tem registrado crescimento expressivo de casos, evidenciando um cenário preocupante que envolve tanto desafios clínicos no diagnóstico e tratamento quanto questões relacionadas ao controle epidemiológico e às políticas de vigilância em saúde.
Além da palestra de abertura, o primeiro dia de programação contou com painéis sobre antibioticoterapia baseada em evidências, cobertura vacinal em Mossoró, imunização de imunossuprimidos e tratamento das hepatites virais crônicas, além de oficinas práticas sobre técnicas de aplicação de vacinas e antibiograma.
Entre os convidados de destaque estão os doutores Fabiano Maximino, Igor Queiroz, José Rodolfo Cavalcanti, Lucas Feitosa, Eveline Pipolo Milan, Fernanda Gurgel, Mirna Gurjão e o especialista Etevaldo de Lima. O professor José Rodolfo Cavalcanti, doutor em Neurociências e diretor do Laboratório de Neurologia Experimental da Uern, preside o Comitê Científico do Potinfecto e coordena a equipe de pós-graduandos responsável pela condução das atividades acadêmicas.
Neste sábado (11), a conferência segue com a apresentação dos trabalhos científicos para a banca avaliadora, palestras sobre prevenção ao pneumococo e meningite bacteriana aguda, além da cerimônia dos destaques científicos e premiação dos três melhores trabalhos. O encerramento está previsto para as 17h15.
O Potinfecto oferece modalidades de submissão de resumos e apresentações orais, com área temática voltada a Infectologia, Imunologia e Ciências da Saúde. O evento busca se consolidar como um espaço permanente de formação científica e colaboração interdisciplinar, fortalecendo o compromisso da Uern com a produção de conhecimento e o avanço da saúde pública no Rio Grande do Norte.