A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) sediou ontem, 15, a XXI reunião do Conselho Consultivo do Parque Nacional da Furna Feia, que ocorreu no Auditório da Escola de Música da Faculdade de Letras e Artes, Campus Mossoró. Como pauta principal, a recomposição do Conselho Consultivo para um período de 04 anos.
Entre as diversas instituições representativas da sociedade civil, dos setores produtivos, serviço público e instituições de ensino, pesquisa e extensão, a Universidade renovou a sua participação no Conselho estando representada pelos professores Robson Filgueira, do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (Fafic), e Wendson Medeiros, do Departamento de Gestão Ambiental da Faculdade de Ciências Econômicas (Facem) e do Mestrado em Geografia.
As atividades do Conselho envolvem a colaboração com a gestão do Parque Nacional da Furna Feia, sua efetiva implementação e o cumprimento dos seus objetivos de criação.
Também fazem parte das atribuições do Conselho garantir a transparência da gestão e das decisões do Conselho, participar da elaboração, implementação e revisão do Plano de Manejo, manifestar-se sobre obra ou atividade potencialmente poluidoras no Parque, seu entorno e sua zona de amortecimento e incentivar a valorização das manifestações culturais das populações do entorno da unidade de conservação.
Na composição anterior, a Uern também esteve representada pelos dois professores e participou de diversas atividades, câmaras temáticas e grupos de trabalho específicos, como os grupos de trabalho de Turismo de Base Comunitária (TBC), que envolve as comunidades locais situadas na zona de amortecimento do Parque Nacional e o grupo de trabalho do plano de manejo da unidade de conservação.
Para o professor Wendson Medeiros, um momento importante da participação da Uern foi justamente no processo de elaboração do plano de manejo da unidade de conservação, realizado em setembro de 2019.
“O plano de manejo, aprovado por meio da Portaria n° 1.127 de 10 dezembro de 2020-MMA/ICMBio, possibilita e regulamenta o uso do Parque, potencializando a sua abertura ao público por meio da visitação turística. Dessa forma, além de contribuir para a preservação ambiental da unidade de conservação, fomenta o desenvolvimento sustentável de toda a região com ampla participação das comunidades locais”, explicou.
A parceria do Parque com a Universidade possibilita a realização de pesquisa, extensão, ensino e estágios.
“Nossos alunos têm uma oportunidade para realizar estágios e conhecer de perto todos os processos relacionados à gestão de um parque nacional, além de potencializar a realização de pesquisas em diversas áreas do meio ambiente e correlatas”, acrescenta o professor que já orientou pesquisas de iniciação científica e de mestrado tendo o parque como área de estudo. “Isso é de grande importância na formação de nossos alunos de Gestão Ambiental, Geografia, Turismo, Biologia, Pedagogia e diversas outras áreas”, completou.
Para o professor Robson Filgueira, que participa das atividades na Câmara Temática de Educação Ambiental e coordena o Laboratório de Estudos da Paisagem e Educação Ambiental (Labepe), a parceria traz benefícios para ambas as partes.
“O Parque possibilita o desenvolvimento de atividades científico-educacionais relacionadas à paisagem da região, favorecendo um processo de aprendizagem em consonância com a realidade vivenciada pelos alunos e o aprofundamento do conhecimento sobre as paisagens cársticas do semiárido, particularmente da Bacia Potiguar, enquanto produtos da pesquisa científica e da transposição didática, elaborados por grupos de pesquisa e laboratórios da universidade, são úteis para a gestão do Parque e para ações de educação ambiental nele desenvolvidas, a exemplo do material produzido por alunos da disciplina Introdução à Educação Ambiental, juntamente com o Labepe, que foi doado ao centro de visitantes do Parque”, detalhou.
Parque Nacional da Furna Feia
É uma unidade de conservação federal, de proteção integral, gerida pelo NGI ICMBio Mossoró. Localizado entre os municípios de Mossoró e Baraúna, tem como função principal preservar o bioma caatinga e as mais de 250 cavernas presentes.
As cavernas constituem importante ecossistema para diversas espécies e possuem papel de relevância para o abastecimento e renovação dos aquíferos que abastecem os municípios.
Segundo Leonardo Brasil, analista ambiental do ICMBio e gestor do NGI Mossoró “a presença de instituições de ensino no Conselho contribui para que possamos estreitar os laços entre a produção do conhecimento, a gestão das unidades de conservação e as comunidades residentes em seu entorno, permitindo que o desenvolvimento de pesquisas pelos alunos das universidades respondam às lacunas de conhecimento necessário à implementação de atividades efetivas de conservação no Parque Nacional”.
Recentemente, a UERN TV em parceria com o Canal Futura produziu a série Geo-roteiros, disponível no catálogo da GloboPlay, onde as cavernas do Parque Nacional da Furna Feia são contempladas no episódio 10.
Com produção assinada pelos professores Fabiano Morais (Departamento de Comunicação Social da Fafic e diretor UERN TV) e Silvana Praxedes (Departamento de Turismo do Campus de Natal), a série se encontra disponível AQUI.