
A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) recebeu, na manhã desta quinta-feira, 27, na Sala de Reuniões da Reitora, a professora Angélica Ramirez Espinoza, da Universidad de San Cristóbal de Huamanga, em Ayacucho, no Peru. A visita integra a programação do IX Simpósio de Pós-Graduação em Educação e está vinculada ao projeto de Internacionalização e Inserção Social das Políticas de Inclusão sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência destinado à América Latina e ao Caribe.
A recepção foi conduzida pela reitora da Uern, Cicilia Maia, com a participação da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg), Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (Diri), Diretoria de Políticas e Ações Inclusivas (Dain) e Gabinete da Reitoria.
Durante o encontro, a reitora destacou a importância da cooperação internacional como eixo estruturante da missão institucional da Uern. “É uma alegria imensa receber você, professora. Nós temos uma trajetória muito bonita no que diz respeito à internacionalização, totalmente entrelaçada aos nossos programas de pós-graduação. Trabalhamos para ampliar oportunidades para nossos estudantes e para fortalecer uma universidade socialmente referenciada”, afirmou Cicilia Maia.
Ela também mencionou projetos como o Uern 60+, ressaltando o compromisso da Instituição com educação ao longo da vida e com práticas de solidariedade entre as universidades latino-americanas. “Somos como irmãos. Saber que um país vizinho não tem tantos avanços é nossa responsabilidade também”.
A professora Angélica Ramirez apresentou um panorama da realidade peruana no campo das políticas de inclusão, destacando desafios estruturais e culturais. Ela relatou que, em sua instituição, estudantes com deficiência frequentemente não dispõem de apoio institucional básico. “Lá não temos nada para acolher os estudantes com deficiência, nem sequer a sensibilidade dos professores. Temos apenas um estudante com deficiência auditiva. Ele tinha um intérprete próprio, mas alguns docentes não permitem a entrada do intérprete em sala”, relatou, emocionada.
Angélica também compartilhou sua motivação pessoal, marcada pela trajetória de seu marido, engenheiro que desenvolveu deficiência visual durante a formação. “Nunca impediu que estudássemos; pelo contrário. É isso que falta na universidade: aprender a conviver com o diferente”. Ao final, pediu apoio para ampliar ações inclusivas no Peru: “Quero que vocês me ajudem a completar essa tarefa”.
A diretora da Dain, Ana Lúcia Aguiar, enfatizou a relevância das experiências internacionais acumuladas pela Uern na área da inclusão. “Já foram dez viagens acadêmicas de internacionalização sobre os direitos de inclusão. A Uern é conhecida na América Latina. Nós atravessamos fronteiras com esse trabalho. Os países latino-americanos ficam encantados com a envergadura da educação brasileira e com o trabalho da Uern”, destacou.
Para ela, o diálogo permanente sobre inclusão é fundamental. “São muitas nuances e muitos detalhes que precisamos aprender todos os dias. Levamos essa emoção que nos permite sermos e pensarmos no outro com humanidade. Só assim compreenderemos a singularidade das pessoas com deficiência”.
Ana Lúcia também ressaltou que a professora Angélica vai compartilhar conhecimentos sobre aplicações de inteligência artificial no contexto peruano da inclusão. Na sexta-feira, 28, a partir das 19h, a professora peruana fará uma palestra sobre o assunto no auditório da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (Fafic).
Também participaram do encontro: Anairam de Medeiros, subchefe de Gabinete; o professor José Evangelista de Lima, do Departamento de Educação; a professora Fernanda Abreu, titular da Proeg; o professor Pedro Adrião, titular da Diri; a assistente social da Dain, Sônia Alves; e a egressa da Uern, Lucivanda Braga.
Foto de capa: Luziária Machado/Uern
