Na manhã desta terça-feira, 22, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) acolheu, na Sala de Reuniões, uma delegação internacional de pesquisadores, marcando o início dos projetos da Residência Tecnológica e da Mecanização da Agricultura Familiar. Esta parceria, que envolve Brasil e China, é liderada em conjunto pela Uern e pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), com apoio da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) e do Governo do Estado.
O objetivo central dos projetos é proporcionar o avanço da mecanização agrícola em áreas de agricultura familiar, utilizando máquinas que já foram instaladas em várias propriedades na região de Apodi. Essas máquinas visam reduzir o tempo e o esforço necessários para as atividades agrícolas, trazendo melhorias significativas tanto na produtividade quanto na qualidade de vida dos agricultores.
Cicília Maia, reitora da Uern, destacou o entusiasmo com o projeto. “Queremos desejar uma excelente missão, e que possamos estreitar nossas relações e desenvolver nossas expertises. Quero declarar essa missão aberta e colocar as nossas instituições à disposição”, afirmou.
Três estudantes estrangeiros se mudarão para Apodi como parte da Residência Tecnológica: Ni Xindong, da China; Mateen Muhammad, da Tailândia; e Tola Abraham Arebe, da África. Eles passarão alguns meses na cidade, em uma experiência que envolve não apenas o trabalho acadêmico, mas também a imersão no dia a dia da comunidade local. “Estou animado por estar nesse projeto. Vi similaridades na agricultura entre Brasil e China. Estou pronto para cooperar e ver o que o futuro nos reserva”, disse Xindong.
O projeto também conta com uma fase internacional. Em agosto deste ano, o professor Francisco de Lima Júnior, da Uern, participou da Summer School 2024 na China Agricultural University, em Pequim.
A mecanização já tem mostrado resultados. Ivone Brilhante, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi, relatou o impacto positivo nas propriedades. “Essas máquinas se adaptam perfeitamente às nossas áreas pequenas. Vemos o aumento da produção e a diminuição do trabalho. O que antes levava o dia inteiro, agora é feito em poucas horas”.
Para Hugo Manso, professor do IFRN, o projeto de mecanização oferece uma experiência diferenciada. “É um intercâmbio mais profundo, com estudantes residindo na cidade e se integrando ao cotidiano dos agricultores. Além disso, estamos lidando com uma junção de conhecimento e tecnologia entre dois países, o que enriquece ainda mais o aprendizado”, explicou.
Para Ellany Gurgel, Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Uern, reforçou a importância do projeto para o estado e para o intercâmbio de conhecimento. “Essa é uma ação que fortalece as nossas instituições de ensino e, ao mesmo tempo, oferece uma temática extremamente relevante para o Rio Grande do Norte, que é a agricultura familiar”.
Os impactos do projeto já são visíveis no campo. O professor Francisco de Lima Júnior compartilhou o depoimento de um agricultor que utilizou uma das máquinas para preparar sua plantação de bananas. “Antes, o trabalho exigia três pessoas e uma semana inteira. Agora, com a máquina, uma única pessoa faz o mesmo serviço em menos de um dia. Isso representa uma melhoria imensa na qualidade de vida e no descanso da família”, concluiu.
Com a expectativa de novos avanços e intercâmbios nos próximos meses, o projeto segue fortalecendo a cooperação internacional e promovendo o desenvolvimento da agricultura familiar no Rio Grande do Norte.
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Fotos: Rodrigo Oliveira/Agecom