Foi realizado neste sábado, 27, um mutirão de exames com pacientes acometidos pela doença de chagas. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) e o Hospital da Mulher Parteira Maria Correia.
A ação é através de recursos da Capes, através do Programa de Extensão da Educação Superior na Pós-Graduação (PROEXT-PG), que financia trabalhos de extensão na pós-graduação.
O professor do curso de medicina Cleber Mesquita, que está a frente do Ambulatório de Doença de Chagas (Adoc) da Uern, explicou que se trata de uma ação visa complementar a bateria de exames necessários para os pacientes.
“Todos os pacientes que estão aqui são acompanhados pelo Ambulatório de Doença de Chagas da Uern. Todos esses pacientes têm duas sorologias reativas para doença de Chagas. Para saber a forma clínica da doença, além da sorologia e da história clínica, eu preciso fazer um eletrocardiograma, radiografia simples de tórax e contrastadas de esôfagos e cólons. A gente não tinha a contrastada de todos”, explicou.
“Eles vão sair daqui com uma história clínica que vai ficar mais fácil de estratificar o risco de complicações cardiovasculares e digestivas”, complementou.
Já são mais de 200 pacientes que possuem história clínica definida em Mossoró através da Uern.
A pró-reitora de pesquisa e pós-graduação Ellany Gurgel é pesquisadora da doença de Chagas. Ela está a frente de um grupo de pesquisa sobre o tema. “A proposta da gente fazer esses exames é para que a gente consiga fechar o quadro clínico deles e assim fazer um acompanhamento melhor e um tratamento mais efetivo. Essa atividade reúne alunos de graduação e pós-graduação”, explicou.
Uma das alunas presentes é Isabele Valente, nutricionista e aluna do Mestrado em Saúde e Sociedade. “Eu sou nutricionista e na nutrição a gente não trabalha muito com doença de Chagas e a pós-graduação abre portas para a gente conhecer mais sobre essa doença que é tão negligenciada, além de abrir acesso para pessoas que não tem condições financeiras tão boas”, frisou.
A diretora geral do Hospital da Mulher Elenimar Bezerra comenta que “Nós já somos parceiros da Uern desde a inauguração e isso vem se estendendo em várias áreas. Nós abrimos as portas do Hospital da Mulher para oferecer as nossas condições objetivas e materiais”, declarou.
O agricultor Jocélio Viana destacou a importância do atendimento da Uern. “Esse tratamento me ajuda muito porque todo serviço que eu faço tenho falta de folego. Faz três anos que estou neste tratamento e estou bem melhor”, declarou.
No sábado, foram realizados 12 exames, mas o projeto atende mais de 500 pacientes de Mossoró.
A doença de Chagas atinge 6,5% da população adulta da zona rural da mesorregião oeste do RN. O estudo foi realizado pelo grupo doença de Chagas da UFRN em parceria com a Uern sob a coordenação da professora Lúcia Galvão, orientadora do professor Cléber.
A estimativa é de que mais 12 mil pessoas sofram com a doença na região de Mossoró.
Os principais sintomas são palpitações, falta de ar, constipação intestinal e dificuldade de deglutir.