O Departamento de Letras Vernáculas, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), promove no dia 26 deste mês o I Simpósio de Estudos Barrocos e Neobarrocos. As atividades do encontro (aula magna, exposição de banners, sarau poético e exposição do artista plástico Isaias Medeiros) serão desenvolvidas no Campus Central.
A proposta do I Simpósio de Estudos Barrocos e Neobarrocos – dobras de tradição criativa -, na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, é travar com o mundo acadêmico o debate acerca do Barroco e pensá-lo não só como categoria artística integrante de uma estrutura histórica, mas também como estética de características modernas realizadas em terras americanas e que sobrevivem até a contemporaneidade.
A coordenadora do evento, a Profa. Dra. Leila Tabosa, afirma que o debate acerca da permanência do Barroco e de sua sobrevida sob o signo de Neobarroco na literatura e nas artes é recorrente entre os estudiosos dessa estética. Que o reexame teórico passa pela compreensão de Barroco como “estética do movimento” em várias formas artísticas (WÖLFFLIN, 2005), como “eon”- constante transtemporal (D’ORS, 1990), como “elipse” (SARDUY, 1989), como “ética do desperdício”- Neobarroco (SARDUY, 1998) e como a “dobra que vai ao infinito” (DELEUZE, 1991).
O reflexo artístico de movimento-eon-elipse-desperdício-dobra pode ser percebido desde o século XVII nas artes de Bernini, Velázquez, Góngora e Sor Juana, assim como nas obras de Gregório de Matos e Antonio Vieira, passando pelo Barroco tardio de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, em pleno Arcadismo brasileiro, chegando ao Modernismo brasileiro e logo a expressões mais contemporâneas: a exemplo de João Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e Oscar Niemeyer.