“Sem direitos não há democracia”. Esse é o tema da programação do Abril Indígena da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), que está sendo desenvolvida pela Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade (Diaad), e tem como objetivo celebrar a cultura e relembrar a luta dos povos indígenas.
A abertura da programação foi realizada na manhã desta terça-feira, 9, no Campus Mossoró com exposições fotográficas, roda de conversa e um toré (uma dança ritual realizada por diversos povos indígenas, considerado o símbolo maior de resistência e união entre esses povos e uma das principais tradições dos índios do Nordeste brasileiro). O momento contou com a presença da comunidade acadêmica e representantes dos povos indígenas.
De acordo com a titular da Diaad, Eliane Anselmo, esse momento foi pensado justamente para dar visibilidade aos povos indígenas. “Essa foi uma atividade pensada em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas ((Neabi) e com os estudantes indígenas da nossa Universidade para se somar à luta dos povos indígenas, poder trazer a cultura indígena para dentro da Instituição e debater sobre seus direitos”, declara.
O cacique Luiz Katu destacou que é uma alegria participar desse momento. “É muito significativo fazer essa mobilização em defesa dos povos indígenas dentro da Universidade, que é uma grande parceira em nossa luta”, afirma. A cacique Lúcia Tabajara reforça que é muito importante momentos como esse para dar visibilidade aos povos indígenas, sobretudos os povos da região.
No período da tarde, às 15h, terá uma oficina de lamba-lambe com Eula, Madu e Taciana Akripé (Tapuya Payaku), no auditório do Decom. Logo mais à noite, às 19h, terá uma mesa redonda com as lideranças indígenas Lúcia Tabajara (Tapuya Payakú), Luiz Katu (Katu) e Libriano Rattia (Warao).
Na quarta-feira, a programação será na Uern Caicó e em Natal com um Toré com povos indígenas do RN, Exposição fotográfica, Interpretação artística, roda de conversa e feirinha de artesanato Warao.
Já no dia 15 de abril, a programação será em Assú, também com exposição fotográfica e roda de conversa com os indígenas Suzana Almeida (Caboclos do Assú).
“A Universidade tem esse papel social. A programação é uma forma de dar visibilidade à luta e a resistência dos povos indígenas. É um momento de pensar questões sobre a garantia dos seus direitos como a demarcação das terras, o direito à educação, entre outros”, finaliza.
Durante a programação, a Diaad sugere a colaboração dos participantes com a doação de produtos de higiene pessoal, os quais serão repassados para movimentos indígenas do Estado. A iniciativa conta com a parceria da Organização Não Governamental (ONG) “O bem por alguém”. Os participantes que doarem o material receberão mudas de plantas em troca.