...

EN

ES

Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

Uern participa de audiência sobre Louvação ao Baobá e combate à intolerância religiosa

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) participou de uma audiência pública nesta quarta-feira, 13, no Ministério Público Federal (MPF), sobre a importância de ações contra a intolerância religiosa. Na pauta, o reconhecimento da Louvação ao Baobá como patrimônio cultural e imaterial do Rio Grande do Norte.

Na Câmara Municipal de Mossoró e na Assembleia Legislativa do RN tramitam projetos com essa temática, daí a importância do evento, articulado pela Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade (Diaad) e pelo Fórum das Comunidades Tradicionais de Terreiros de Mossoró junto ao MPF.

As propostas legislativas tiveram por fundamento uma dissertação de mestrado da Linha de Pesquisa – Práticas Educativas, Cultura, Diversidade e Inclusão do Programa de Pós-graduação em Educação (Poseduc), da Uern. “Louvação ao Baobá na cidade de Mossoró: memórias, identidades negras e saberes ancestrais/2023” é o título do trabalho, realizado pelo ex-aluno Lucas Súllivam, filósofo e coordenador-geral do Fórum das Comunidades Tradicionais de Terreiros de Mossoró.

“Um momento muito importante de sensibilidade, articulação de saberes e respeito à liberdade religiosa. Um debate necessário no processo de combate à intolerância religiosa e de mobilização para o reconhecimento da Louvação ao Baobá como patrimônio cultural e imaterial do município de Mossoró e do RN”, disse o agora mestre.

Súllivam contou com a orientação da professor Ana Lúcia Aguiar, docente do programa de mestrado e titular da Dain.

A ideia é que, nas palavras da professora Ana Lúcia, “esse diálogo sensível, amoroso e responsável com o outro”, proposto pela dissertação, norteie os debates. “É um trabalho que desenvolvemos a várias mãos”, inclusive com consulta constante a pessoas que integram à Louvação ao Baobá na cidade e “têm essa história na pele, no corpo e na alma”.

De acordo com a professora Eliane Anselmo, a audiência retrata a importância de se reconhecer a Louvação ao Baobá como patrimônio imaterial da cultura, da cidade de Mossoró e do RN. “Esse momento é de visibilidade da religião africana, da religião afrobrasileira, da cultura negra. E não apenas de visibilidade, mas de resistência, de luta contra a intolerância religiosa, contra o racismo religioso, contra o racismo que o povo negro e sua cultura sofrem historicamente em nosso País”.

Pai Bolinha, do Centro Espírita de Umbanda Xangô Agojô, explicou o sentido da Louvação ao Baobá, que, segundo ele, “significa ancestralidade”. “É tanto que, num ano, a gente faz uma louvação aos pretos velhos, aos caboclos, e, no outro ano, a gente faz uma louvação aos orixás, porque nós não estamos louvando a árvore, nós estamos louvando a ancestralidade”.

Ao final, o procurador da República Emanuel de Melo Ferreira, que é também professor de Direito da Uern e um dos idealizadores da audiência, agradeceu aos participantes. “Foi um ato importantíssimo para a gente realizar aqui pelo conhecimento trazido”. Ele disse sair do debate com muito mais conhecimento sobre o assunto.

A audiência está disponível no canal do MPF no YouTube. Para assistir, clique aqui.

Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support