A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), no Campus de Natal, realizará ao longo do mês de novembro uma série de atividades em alusão ao Novembro Negro, período dedicado à valorização da cultura afro-brasileira e ao combate ao racismo. A programação inclui exposições, oficinas, rodas de conversa, apresentações culturais, reunindo estudantes, professores, artistas e a comunidade.
Entre as atividades, destaque para o Fórum Zumbi de Capoeira – Fundamentos e Ancestralidade, que será no dia 20 de novembro, a partir das 9h30, no Complexo Cultural da Uern Natal. O evento é realizado em parceria com a Escola de Extensão da Uern (Educa) e os grupos Quilombo da Liberdade, Filhos do Gunga e Raça Unida, com o objetivo de promover o diálogo e a valorização da capoeira como expressão cultural afro-brasileira e patrimônio imaterial do país. A programação contará com palestras, oficinas práticas e rodas de conversa, e a participação é gratuita, mediante doação de 1kg de alimento não perecível.
Exposições e atividades culturais
A programação do Novembro Negro começa já no dia 5 de novembro, com o Culto aos Orixás, no pátio do Complexo Cultural, realizado pela DIAD. No dia 6, será aberta a exposição Trevo de Quatro Folhas Negro, da artista Amanda Atiladê, que discute a invisibilidade de pessoas pretas e pardas com Síndrome de Down, seguida de uma roda de conversa com a artista.
Durante todo o mês, de 4 a 28 de novembro, o público poderá visitar a mostra Pensar Nego, na Biblioteca Setorial da Uern Natal, com obras literárias e acadêmicas do acervo da universidade com foco na temática de ancestralidade negra e antirracista.
Outra atração é o espetáculo teatral “Atotô”, no dia 28 de novembro, às 19h, na Sala de Artes Gevaldo Cruz. A peça, inspirada nas tradições afro-brasileiras e no Teatro Ritual, oferece um mergulho simbólico na espiritualidade e nas forças da natureza, exaltando a ancestralidade como caminho de cura e resistência.
Oficinas e rodas de conversa
No dia 12 de novembro, a uern exibirá o documentário “Quem fica antes da porta? Os não iniciados no mistério”, seguido de uma roda de conversa com os realizadores. Já no dia 14, será realizada a atividade “Enegrecendo o Azul: Pensando a Saúde do Homem Negro”, que propõe um espaço de diálogo sobre masculinidades negras, autocuidado e o impacto do racismo estrutural na saúde física e mental.
Outra ação marcante será a Oficina de Ritmos Afro-Poty, no dia 18 de novembro, das 15h às 18h, com o Grupo Afoxé Estrela da Manhã. A oficina convidará o público a vivenciar tradições afro-brasileiras por meio da música e da percussão, explorando ritmos como afoxé, ijexá, maracatu e coco.
Reflexão, arte e resistência
De acordo com o professor João Bosco Filho, um dos coordenadores da programação, as ações do Novembro Negro na Uern Natal buscam integrar ensino, pesquisa e extensão em torno da luta antirracista. “É um convite à reflexão, à escuta e à valorização dos saberes afro-brasileiros, reforçando o papel da universidade na promoção da diversidade, da cultura e da justiça social”, destacou.
A professora Irene van den Berg, diretora da Escola de Extensão (Educa), reforçou que a programação se soma às ações da Uern voltadas à inclusão e ao reconhecimento das heranças africanas e afro-brasileiras. “Cada uma dessas atividades é uma forma de reafirmar que a universidade pública é também um espaço de resistência, memória e transformação”, afirmou.
Confira AQUI a programação completa do Novembro Negro na Uern Natal.
