A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte lançou o Ciclos – Programa de Preparação para Aposentadoria (PPA) de seus servidores, em solenidade realizada na quinta-feira (18) no auditório da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (Fafic).
Em apresentação da proposta, a professora Isabel Amaral, pró-reitora de Gestão de Pessoas, explicou que as ações do PPA se voltam para as necessidades biopsicossociais, de modo que se possa fazer uma transição para a inatividade de forma orgânica e planejada.
Nesse primeiro momento, 153 pessoas são acompanhadas nessa transição, entre servidores docentes e técnicos, além de terceirizados. Para averiguar a atuação do PPA, foi promovido um questionário sobre as necessidades desse público. Ali, surgiu, por exemplo, a informação de que 60% dos que responderam as perguntas não possuem reservas financeiras vislumbrando a aposentadoria.
Com base nas informações colhidas, a programação do Ciclos começa em setembro e vai até dezembro, com atividades, oficinas, formações, cursos e treinamentos.
“O programa vai estar sempre em construção, não existe nada pronto. Aqui é o início do que a gente dialogou desde o ano passado, mas ele vai estar em eterna construção”, disse a professora, que finalizou com a frase: “O planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com o futuro de decisões presentes”.
Convidado da noite, o presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do RN (Ipern), Nereu Linhares, disse que defende um programa como o Ciclos para o Estado há mais de 30 anos. Segundo o presidente, “a importância que tem um programa desse é tão grande quanto conhecer a própria previdência”.
“Graças a Deus a gente alcançou a longevidade, mas um dia a gente vai ter que deixar de trabalhar. E, se você se planejar bem antes, vai ter uma coisa que se chama qualidade de vida”.
O presidente explicou que o abano de permanência é às vezes vislumbrado como uma possibilidade de manutenção do patamar de renda, embora só valha a pena se o servidor estiver em exercício de função gratificada, opinou.
Reitora da Uern, a professora Cicília Maia falou que se pensou no Ciclos como forma de “valorizar as pessoas que passaram pela Universidade”, considerando a necessidade de elaborar uma proposta que “tivesse a nossa cara”.
“A gente precisa preparar essa Universidade para que ela possa ser cada vez mais aberta a essas pessoas que não querem se desvincular ainda da academia. Mas também há aquelas que querem se desvincular e começar um novo ciclo. E aí, nós precisamos abrir portas para essas pessoas também”, afirmou.
A cerimônia contou ainda com uma mesa-redonda com o médico geriatra Diogo Brito. “O futuro é uma questão de escolhas” foi o tema do debate.
Diogo falou que “a expectativa de vida aumentou, isso é bom. A gente vai viver mais. Mas a gente tem que pensar em como a gente vai viver mais. A gente pode entender a aposentadoria como algo bom, mas vai depender do que você vai fazer desde”.