Assim como aconteceu ao longo do último ano, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) deve colher ainda mais frutos em 2023. Uma instituição socialmente referenciada, inclusiva e includente que se propõe a transformar vidas e mudar realidades terá inúmeros desafios e, certamente, conquistas para continuar proporcionando ensino, pesquisa e extensão de qualidade à sociedade.
Depois de 53 anos de fundação, foi somente em 2022 que a Instituição pôde vivenciar sua tão sonhada autonomia financeira e patrimonial. Ainda era 29 de dezembro de 2021 quando a governadora Fátima Bezerra sancionou, numa solenidade no pátio da Reitoria, a lei que determinou que a Fundação Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Fuern), entidade mantenedora da Uern, passasse a ter autonomia plena em relação à gestão financeira, pedagógica e administrativa.
Dessa forma, a Uern passou a ser a segunda instituição estadual de ensino superior do Nordeste a conquistar a autonomia plena.
Foi a partir daí que outro importante feito pôde ser alcançado. O Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR), há muito tempo almejado por centenas de servidores chegou, também através de lei, para valorizar as categorias de técnicos e professores e, consequentemente, melhorar o serviço público ofertado pela Universidade.
Para a reitora Cicília Maia, o ano de 2022 foi muito significativo para a Universidade.
“Foi um ano de muitos desafios sim, mas também um ano de muitas conquistas, realizações e aprendizado. Em dezembro do ano passado, a Uern conquistou sua tão esperada autonomia financeira e, durante todo esse ano, começamos a viver essa autonomia, a entender como ela funciona e seus impactos e responsabilidades”, comentou.
O vice-reitor Chico Dantas destacou que a implantação do Plano de Cargos “garante a segurança de uma carreira para técnicos e docentes e que, já na sua implantação, é possível ver uma melhoria significativa no salário. Para 2023 temos o desafio de aprovar a lei que prevê a conclusão da implantação do plano docente, cuja previsão de conclusão é janeiro de 2024.
A autonomia também proporcionou o planejamento de ações e algumas mudanças já podem ser vistas na nossa estrutura física, estrutura tecnológica, novos programas de assistência estudantil e o orçamento participativo.
“Tudo isso é também fruto do diálogo permanente com as unidades acadêmicas e administrativas, com os segmentos através de seus órgãos representativos e dos fóruns de diretores e chefes”, complementou a reitora.
A Uern ganhou também em 2022 o reforço de aproximadamente 130 professores e 200 técnicos de nível médio e superior para atuar nos setores administrativos e acadêmicos, que compreendem 62 cursos (57 cursos presenciais e 05 a distância). As convocações foram a partir do concurso público de 2016 – ainda em validade – e de processos seletivos para contratações temporárias realizados no último ano.
Com a atuação da Diretoria de Educação a Distância (DEaD), a Uern ampliou sua atuação em território potiguar e passou a contar com 15 polos de apoio presencial (Mossoró, Assú, Caraúbas, Grossos, Guamaré, João Câmara, Natal, Luís Gomes, Patu, Marcelino Vieira, Apodi, Martins, São Gonçalo do Amarante, Currais Novos e Parnamirim) para os diversos cursos que são ofertados remotamente a mais de 850 alunos.
Depois de 20 anos de existência, a Uern Natal ganhou um prédio novo com estrutura para estacionamento e três pavimentos com 20 salas de aula, biblioteca, auditório, laboratórios e salas de professores. Melhoria para os cursos de Direito, Turismo, Ciência da Computação, Ciência e Tecnologia e Ciências da Religião e cerca de mil estudantes.
Aprovado em julho pelo Conselho Diretor, o Orçamento Participativo tem como objetivo central fortalecer os princípios democráticos de cogestão da comunidade universitária e garantir transparência, inclusão, efetividade, resultados, diversidades e particularidades setoriais/locais. O instrumento possibilitará à comunidade acadêmica participar ativamente na definição das prioridades e na aplicação dos recursos, respeitando os limites orçamentários disponíveis.
Aprovado pelo mesmo Conselho, em 1º de setembro, o novo organograma da Uern é considerado um marco na modernização e transparência da instituição.
Entre os principais avanços, o documento traz, de forma transparente, além do quantitativo dos cargos comissionados e funções gratificadas da Fuern, as atribuições de cada cargo ou função prevista no organograma. Além disso, objetiva modernizar e descentralizar as estruturas organizacionais, realizando progressões em algumas funções já existentes e incluindo outras, como de setores, de departamentos, de diretorias, de secretarias, de assessorias e de ouvidorias nos campi.
Na área da saúde, a Universidade seguiu sendo protagonista na vacinação contra o coronavírus, papel que já desempenhava desde a época mais aguda da pandemia. Inclusive, foi montada uma sala de multivacinação na Faculdade de Enfermagem (Faen) com atendimento em horário estendido para contemplar o maior número de pessoas possível.
Ao longo de 2022 a Uern estreitou a ligação com a Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap-RN) em relação ao Hospital da Mulher Parteira Maria Correia. Além de ceder o terreno para a construção, a Instituição ficará responsável pela gestão acadêmica do maior equipamento de saúde do Estado.
São 168 leitos, sendo mais de 40 de UTI, no que será o maior equipamento de saúde do Estado, que será referência no atendimento materno-infantil não só para o Nordeste, mas para todo o Brasil. A previsão é que até o meio do ano de 2023, a estrutura esteja em seu funcionamento pleno.
No tocante às relações institucionais, a Uern conquistou importante espaço na Associação Brasileira das Reitoras e dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem). Em setembro, a reitora Cicília Maia foi empossada como membro titular do Conselho Deliberativo da Associação.
Em novembro, a Uern reforçou sua atuação na promoção da igualdade ao criar a Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade (DIAAD), cuja missão é tratar dos procedimentos de heteroidentificação para o acesso às cotas étnico-raciais; acompanhar estudantes cotistas; realizar ações e mobilização da comunidade universitária e sociedade em geral para a convivência cidadã com as diversidades relacionadas a gênero e sexualidade, à tradição das culturas, etnia, refúgio e migrações, bem como da promoção de ações que possibilitem a reversão do cenário de discriminação das populações.
Ainda em fevereiro, a Universidade conquistou sua quinta patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Desta vez, como cotitular ao lado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
A patente de invenção é de autoria do professor do departamento de Química da Uern (Campus Mossoró), Carlos Henrique Catunda Pinto, e os professores Ana Clea Marinho Miranda Catunda; Renata Martins Braga; Dulce Maria de Araújo Melo e Marcus Antônio de Freitas Melo (Ufrn). O estudo é intitulado “Amostrador passivo, processo para a obtenção do biosorvente de poluentes atmosféricos e seu uso”.
Trata-se de um dispositivo para monitoramento de poluentes atmosféricos em ambientes abertos e fechados. O estudo desenvolveu um processo de tratamento de biosorvente a partir da fibra da planta Sumauma para torná-la mais capacitiva para absorver produtos orgânicos. O objetivo é limpar as impurezas presentes na estrutura e poros da fibra e melhorar a sua capacidade de sorção de produtos orgânicos presentes no ar atmosférico.
Para dar mais transparência aos atos institucionais, o Jornal Oficial da Fundação Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Jouern) passou, a partir de junho, a ser diário, com publicações de terça a sábado, no início da manhã, no www.portal.uern.br.
Fechando 2022 com chave de ouro, a Uern foi uma das instituições de ensino do país certificadas com o Selo ODS Educação. O Selo ODS é uma iniciativa que certifica instituições de ensino superior responsáveis por ações efetivas para o alcance das metas da Agenda 2030.
Criada em 2015 após acordo firmado pelos estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), a Agenda consiste em um plano de ação global que reúne metas e objetivos de desenvolvimento sustentável para erradicar a pobreza e promover vida digna a todas as pessoas.
Em tão pouco tempo, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte superou desafios e obteve muitas conquistas. A expectativa é de que 2023 seja ainda melhor.