A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) vivenciou um dia histórico na manhã desta terça-feira, 18, com a entrega do diploma da graduada Glendha Eulália Araújo Rocha, do Campus Avançado de Assú.
Mulher trans, Glendha foi a primeira estudante da UERN beneficiada com a Resolução nº 22/2016, que assegura o uso do nome social. Quando concluiu o curso, em fevereiro deste ano, o processo para mudança do nome cível em seu registro de nascimento ainda estava tramitando, por isso, após a mudança do nome em seus documentos, Glendha solicitou outra via do diploma com o nome cível.
“Este momento representa a grande concretização do nosso trabalho, pautado na inclusão e transformação de vida”, enfatizou o reitor Pedro Fernandes Ribeiro Neto, durante a solenidade de entrega do diploma. A cerimônia foi prestigiada pela vice-reitora Fátima Raquel Rosado Morais, pró-reitores, diretores, docentes e técnicos-administrativos.
Glendha Eulália ressaltou a importância do momento, não apenas para ela, mas para todos aqueles que lutam pelo reconhecimento de seus direitos. “Não foi uma trajetória fácil, mas me mantive forte e com o apoio da Universidade, de professores e amigos consegui chegar até aqui”, declara. Ela afirma que a adoção do nome social foi um grande avanço para uma Universidade inclusiva. “A resolução do nome social provocou uma mudança de postura, possibilitou uma maior inclusão. Espero que a Universidade abra cada vez mais espaços para acolher os diferentes”.
Glendha Eulália foi personagem de capa da revista dos 49 anos da UERN. Ela é a única da família que terminou a graduação. Concluiu o curso de Geografia, no Campus Avançado de Assú. E pretende ir mais além. “Vou fazer a seleção do mestrado e espero voltar à Universidade como aluna de pós-graduação”, informa a graduada. Pró-reitora de Ensino de Graduação, Francisca Ramos parabenizou Glendha pela trajetória. “Você é grandiosa por se aceitar, se respeitar e buscar espaços de pertença, mantendo sua identidade”, declara.
Para o reitor, a história de Glendha abre portas para outras semelhantes e mostra o quanto a Universidade já avançou e ainda precisa avançar. “Momentos como esse mostram que a gente não sabe de tudo. E o quanto precisamos ter flexibilidade para aprender. Somente com disponibilidade para escutar e dialogar podemos fazer uma universidade melhor”, finaliza.