A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) realizou nesta segunda-feira, 22, na Sala Multiuso da Biblioteca Central, a solenidade de entrega do Prêmio Luiz di Souza 2024, reconhecimento anual destinado aos melhores trabalhos de iniciação científica e tecnológica apresentados na instituição. A cerimônia integrou a programação da XII Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) e reuniu gestores, professores, estudantes e técnicos-administrativos.
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), professora Ellany Gurgel, abriu a cerimônia destacando a relevância do prêmio e a diversidade das pesquisas desenvolvidas. “Quero parabenizar os premiados. Foram 410 projetos de iniciação científica e vocês foram os destacados. Quando vemos a riqueza e a diversidade dos trabalhos, vemos o potencial da Universidade. É uma honra ter o nome do professor Luiz di Souza nesse prêmio”, afirmou.
Ellany também ressaltou que a atual gestão ampliou o número de bolsas e fortaleceu políticas afirmativas, reforçando o compromisso da Uern com a inclusão e a valorização da ciência.
A reitora da Uern, professora Cicília Maia, enfatizou que o prêmio homenageia não apenas a excelência acadêmica, mas também o legado humano do professor Luiz di Souza. “Quem conviveu com o professor Luiz sabe que ele tinha uma ação de acolhimento muito peculiar. Esse é um legado muito importante para a educação. O que nós fazemos é ajudar alguém. Este momento valoriza todos que trabalham pelo bem coletivo”, disse.
O Prêmio Luiz di Souza contempla os trabalhos vinculados aos programas de iniciação científica da Universidade — PIBIC, PIBIC-EM, PIBITI e PIBIC-Af — que incentivam a formação de jovens pesquisadores desde cedo e reforçam o compromisso da Uern com a interiorização da ciência. A proposta é atender às necessidades da população do interior do Rio Grande do Norte, demonstrando que se produz pesquisa de qualidade em todo o estado. Nesse contexto, a reitora Cicília Maia também destacou a importância de alinhar a produção científica à Agenda 2030 e lembrou que, com o Brasil sediando a COP30, é fundamental olhar não apenas para a Amazônia, mas também para outros biomas, como a caatinga, onde está inserida a Uern e que representa a realidade do semiárido.
Por isso, a reitora relacionou a ciência produzida na Uern aos desafios contemporâneos. “Aprendemos e ensinamos e, nessa mistura, temos as melhores inovações. A ciência, aliada à sustentabilidade e ao compromisso, tem a capacidade de mudar a nossa história”, completou.
AVANÇOS INSTITUCIONAIS
Os dados apresentados durante o evento reforçam o crescimento da pesquisa e da pós-graduação na Uern. Atualmente, a instituição possui 34 cursos de pós-graduação (25 mestrados e 9 doutorados), além de residências em saúde e especializações. Desde 2021, o número de doutorados mais que dobrou, passando de quatro para nove programas.
Outro marco destacado foi o lançamento do Programa Institucional de Bolsa de Produtividade de Pesquisa, iniciativa com recursos próprios da universidade, que já se encontra em seu segundo edital e simboliza um avanço em autonomia financeira. No total, foram contabilizadas 309 bolsas em atividade.
A Universidade também tem ampliado sua capacidade de captação de recursos. Apenas em editais da Capes, foram conquistados mais de R$ 839 mil entre 2023 e 2024. Além disso, a universidade já captou mais de R$ 27 milhões junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência pública que financia a inovação. Isso consolida sua posição como polo de inovação científica e tecnológica no semiárido potiguar.
Outro ponto de destaque foi a criação do Portal de Laboratórios da Uern, que organiza e dá visibilidade às estruturas de pesquisa existentes na instituição, além do Portal de Periódicos, que amplia o acesso à produção científica, e da Agência Uern Inova, voltada para estimular a inovação e a transferência de tecnologia. Também merece menção a aquisição da Plataforma Stela, lançada durante a solenidade, que auxiliará no planejamento dos programas e no fortalecimento da gestão da pós-graduação.
INTERIORIZAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO
A interiorização da pós-graduação foi outro ponto de destaque. Com cursos espalhados em diferentes regiões do Rio Grande do Norte, a Universidade reforça sua missão de democratizar o acesso à ciência. Durante a solenidade, foi anunciada a aquisição da Plataforma Stela, ferramenta que auxiliará no planejamento estratégico dos programas.
A internacionalização também foi lembrada como prioridade. A Uern mantém cooperações, como a Residência Tecnológica com a China, e investe na inserção global de seus pesquisadores.
Os trabalhos contemplados abrangem todas as grandes áreas do conhecimento. Entre os premiados estão temas ligados à saúde, educação, meio ambiente, turismo, tecnologia digital e literatura.
Um dos destaques foi a pesquisa de Anna Karla Regis de Azevedo, do Campus Caicó, sobre a construção de protocolos para prevenção de infecções hospitalares, vencedora na área de Ciências da Vida. Já em Ciências Exatas e da Terra, Natalia Sabrina de Lima Nunes, do Campus Natal, conquistou o primeiro lugar com estudo sobre a qualidade do biodiesel.
Na área de Ciências Humanas, estudantes do Campus de Patu foram reconhecidos por investigações sobre alfabetização e práticas docentes. Em Ciências Sociais Aplicadas, o prêmio principal ficou com Laura Gabriela Sales dos Santos, que analisou a governança regional em turismo no Vale do Açu. Já em Linguística, Letras e Artes, Maria Iara Pereira Lemos, do Campus Pau dos Ferros, venceu com estudo sobre literatura contemporânea.
O evento foi encerrado com uma foto oficial reunindo os premiados, gestores e professores. Mais do que reconhecer talentos individuais, o Prêmio Luiz di Souza se consolidou como um momento de celebração coletiva da ciência e da inovação na Uern.
“Estamos plantando sementes que florescerão em novas gerações. Os nossos colaboradores nos enchem de orgulho e esperança”, concluiu a reitora Cicília Maia.
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Fotos: Ênio Freire/Uern