A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), por meio da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais (Fanat), comemora a aprovação do projeto “Meninas e Mulheres Potiguares: um caminho para analisar o passado e construir perspectivas de futuro em carreiras de Química e Física”. Financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) através da chamada pública Nº 31/2023, a iniciativa tem como foco principal incluir meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade nas áreas de Química e Física, promovendo igualdade e empoderamento.
Coordenado pela professora Anne Gabriella Dias Santos, do Departamento de Química da Uern, o projeto é fruto de uma parceria inédita com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Ele reúne uma equipe multidisciplinar formada por professoras e técnicas das áreas de Química, Física e Serviço Social, reforçando a força da colaboração institucional na promoção da ciência.
O projeto prevê um robusto programa de incentivo, com a concessão de 69 bolsas de diferentes modalidades, como Iniciação Científica Júnior para estudantes de escolas públicas e comunidades tradicionais (quilombolas e indígenas), bolsas de apoio técnico e de iniciação científica para graduandos e oportunidades para pesquisadores em pós-doutorado. Além disso, serão disponibilizados recursos para custear atividades que se iniciam em 2025 e se estendem ao longo de três anos.
A proposta também se destaca pela sua abordagem ampla e inclusiva. Estão previstas oficinas sobre violência de gênero e relações étnico-raciais, produção de materiais educativos, como histórias em quadrinhos e vídeos científicos, e atividades interativas como o programa “Seja uma Cientista”, que permitirá às alunas vivenciarem a prática profissional em ciências exatas.
A chamada pública CNPq Nº 31/2023 é uma das ações do Programa Mulher e Ciência, criado em 2005, e representa um marco nos investimentos em equidade de gênero na ciência. Com um aporte de R$ 100 milhões, o programa apoia 126 projetos em todo o Brasil, beneficiando diretamente mais de 4,5 mil meninas e mulheres. Os projetos selecionados têm como meta combater a sub-representação feminina em áreas como ciências exatas, engenharias e computação, promovendo atividades que estimulem o ingresso, a permanência e o desenvolvimento dessas estudantes.
Universidade como referência em inclusão e inovação
A aprovação do projeto “Meninas e Mulheres Potiguares” consolida a Uern como uma instituição referência na promoção de iniciativas inclusivas e inovadoras. A professora Anne Gabriella destacou a importância do trabalho coletivo e a relevância do projeto para ampliar oportunidades em um estado que enfrenta desafios históricos na educação e na igualdade de gênero.
De acordo com os organizadores, o objetivo é não apenas oferecer oportunidades de formação científica, mas transformar realidades, mostrando que as meninas do Rio Grande do Norte podem e devem ocupar espaços estratégicos na ciência e tecnologia.
De acordo com o edital, um dos principais diferenciais é a inclusão de ações formativas e de acompanhamento, como oficinas para professores e acompanhamento das estudantes egressas, garantindo que os impactos do projeto se perpetuem.
Ao celebrar mais essa conquista, a Uern reafirma seu compromisso com a inclusão e o desenvolvimento do estado, promovendo uma educação que valoriza a diversidade e abre caminhos para o futuro.