A história da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) se confunde com a própria luta do povo potiguar por acesso ao ensino superior. Nascida em 1968, no coração de Mossoró, a Instituição foi a resposta a um sonho coletivo: levar conhecimento, ciência e cultura para além das fronteiras da capital, garantindo oportunidade às classes menos favorecidas e construindo uma verdadeira universidade socialmente referenciada.
Ao completar 57 anos, celebrados neste domingo, 28 de setembro, a Uern reafirma sua vocação de ser instrumento de transformação. Mais do que uma universidade, ela é ponte que liga gerações ao futuro, é voz que ecoa do interior para o mundo, é presença firme em cada canto do Rio Grande do Norte.
Desde a sua criação, quando ainda era Universidade Regional, passando pela estadualização em 1987 e pelo reconhecimento oficial em 1993, cada marco consolidou a Uern como um farol para milhares de jovens que talvez nunca sonhassem em chegar à universidade.

Hoje, entre os cursos de graduação, nas modalidades presencial e a distância (EaD), e os cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, são mais de 17 mil estudantes que fazem da Instituição uma casa de esperança e de sonhos realizados.
A reitora Cicília Maia resume esse espírito ao afirmar que a Uern é “uma universidade pública, gratuita e de qualidade”, que chega aos 57 anos com a marca da interiorização e da inclusão. Ela destaca que a presença da Instituição em todas as regiões do estado é prova de sua força social.
Em seis campi e 17 polos de educação a distância, a Uern oferece 66 cursos de graduação e 49 programas de pós-graduação. Mais de 85% das vagas foram preenchidas em 2025 por estudantes pretos, pardos e indígenas, sendo 53% cotistas. “Esse dado revela nosso pioneirismo e o compromisso inegociável com as políticas afirmativas”, reforça a reitora.
Os últimos quatro anos foram de conquistas históricas. Entre elas, a autonomia financeira, aprovada em 2021, que deu à Universidade estabilidade e capacidade de investimento. Foi um divisor de águas, observa o vice-reitor Chico Dantas. “Graças a ela, ampliamos em mais de mil por cento os recursos destinados à assistência estudantil e garantimos melhores condições de permanência aos nossos alunos”.
Esse avanço se traduz em números concretos. O auxílio-alimentação, que beneficiava 150 estudantes em 2024, alcançou 600 vagas mensais em 2025. Novos auxílios – emergencial, digital e para aulas de campo – foram criados, contemplando também estudantes da modalidade a distância.
A reitora lembra que os investimentos foram além da permanência. “Criamos o primeiro coworking da Uern, um espaço inovador de convivência e troca de ideias, e fortalecemos o apoio profissional em saúde mental, que já realizou centenas de atendimentos”, afirma.
Na pesquisa e na pós-graduação, a Uern deu saltos importantes. Em 2025, foram mais de R$ 7 milhões em investimentos na infraestrutura de laboratórios. Pesquisadores conquistaram bolsas do CNPq e ampliaram sua participação em redes internacionais, fortalecendo o impacto da ciência produzida no semiárido.
A extensão universitária também se tornou vitrine da transformação social. Mais de 200 projetos, quatro programas e 12 grandes eventos alcançaram diretamente 209 mil pessoas em todas as regiões. “É assim que a Uern se conecta à sociedade, levando conhecimento, cultura e cidadania”, afirma Cicília Maia.
Para Chico Dantas, esses números provam que a Uern é protagonista na vida de milhares de famílias. “Quando afirmamos que mais de 64% do nosso corpo discente tem renda de até dois salários mínimos, estamos evidenciando o papel da Universidade em promover equidade e abrir caminhos para quem mais precisa”, enfatiza.
Na inovação, os resultados impressionam: só em um ano, a Uern Inova registrou 126 propriedades intelectuais. Esse dinamismo mostra que a Universidade, além de formar profissionais, contribui para o desenvolvimento econômico e tecnológico do estado.
As mudanças também são visíveis nos campi. “Hoje, ao entrar em qualquer unidade da Uern, percebe-se a diferença: da infraestrutura física à autoestima da comunidade acadêmica, que sente orgulho em vestir nossas cores”, afirma Cicília.
O futuro já começa a ser desenhado. Nos próximos quatro anos, a gestão promete ampliar polos de educação a distância, expandir bolsas estudantis e consolidar a transformação digital, com o objetivo de oferecer 100% dos serviços acadêmicos online. “Seguiremos fazendo da Uern uma universidade cada vez mais inclusiva, inovadora e forte”, projeta Chico.
A Assembleia Universitária deste domingo se traduz, portanto, em mais do que uma celebração: será o ponto de partida de um novo ciclo. “Convidamos toda a comunidade acadêmica e a sociedade a celebrar conosco este novo ciclo, em um momento de reflexão e reafirmação do compromisso da Universidade com o futuro do Rio Grande do Norte”, conclui a reitora Cicília Maia.