A Semana da Consciência Negra, realizada pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), através da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) e por entidades e coletivos, chegou ao seu penúltimo dia nesta sexta-feira, 19, com o replantio do baobá no Campus Central pela manhã e, à noite, com a mesa “A importância da temática indígena para a educação” e o lançamento oficial do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI).
O evento noturno, transmitido no canal da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) do YouTube, contou com a participação de Luiz Katu, cacique potiguara da Aldeia Catu (RN), e do professor Dr. Raimundo Nonato do Nascimento, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), com a mediação da professora Dra. Eliane Anselmo, pró-reitora adjunta de Extensão.
Para assistir ao debate encerrado agora há pouco clique AQUI.
A docente explica que a mudança do nome do Núcleo, que até então se chamava Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), segue uma tendência nacional e vem pra legitimar ainda mais a questão indígena.
“Como já tínhamos um trabalho do Neab em parceria com o Grupo de Estudos Culturais (Gruesc) nos estudos voltados para temáticas indígenas, com atividades nas aldeias, aulas de campo, estudos e outras atividades, decidimos acrescentar o ‘i’ para reforçar ainda mais essa importante pauta”, explicou a coordenadora do Neabi.
Luiz Katu agradeceu o convite e parabenizou a realização do evento que abordou a temática indígena na educação.
“Esse espaço de discussão sobre a nossa existência e resistência é muito importante. Agradeço a Uern, uma grande parceira que tem nos dado muito apoio, pelas oportunidades de ouvir a nossa voz, de conhecer o nosso ponto de vista. É urgente falar das questões indígenas, de contar a história a partir da ótica dos indígenas, não só ouvir a versão do colonizador que vem sendo contada e ensinada há tanto tempo”, destacou.
Para o professor Raimundo Nonato, a educação continua excludente e faz-se necessário trazer as discussões para dentro das escolas e das universidades.
“Nossa educação continua contando a história dos indígenas como aqueles de 1500, de forma equivocada, estereotipada e que precisa ser desmistificada. Esse debate, levar as discussões pra dentro das escolas e universidade, nas cidades, no campo, nas diversas modalidades que existe, é um caminho necessário e urgente”, defendeu.
Último dia
Neste sábado, 20, Dia da Consciência Negra, haverá o encerramento da Semana da Consciência Negra com uma extensa programação. No largo da Estação das Artes Elizeu Ventania, das 09h às 17h, será realizada a Feira Afro e Étnico-racial.
Logo mais às 13h, no mesmo local, acontece o III Encontro do Fórum das Comunidades Tradicionais de Terreiros de Matriz Afro-ameríndias de Mossoró.
Ainda no entorno da Estação das Artes, acontece, a partir das 17, o Cortejo da (Re)Existência. A tradicional Louvação ao Baobá será às 18h, na Praça Cícero Dias, bem ao lado da Estação, no mesmo local onde acontece uma Roda de Capoeira a partir das 20h30.
O pró-reitor de Extensão, professor Esdras Marchezan, comemorou a repercussão que a Semana da Consciência Negra proporcionou.
“Um evento grandioso e com uma programação muito importante. Pela primeira vez a Uern inclui a data em seu calendário acadêmico, o que reforça o nosso papel de uma universidade socialmente referenciada. Sem dúvidas, um evento que fica marcado na história da nossa Universidade”, ressaltou.