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Segunda soltura de peixe-boi-marinho no RN ocorrerá nesta sexta, 28

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP-BP), conduzido pela Petrobras e executado em parceria com o Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) e a Fundação para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio Grande do Norte (Funcitern), realizará a segunda soltura de peixe-boi-marinho no estado do Rio Grande do Norte. Será nesta sexta-feira, 28, a partir das 8h, no Centro Amagoa de Cultura e Meio Ambiente, localizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão, na comunidade de Diogo Lopes, distrito de Macau.

Haverá uma programação cultural para receber a comunidade local, representantes de órgãos públicos e de instituições parceiras que atuam em prol da conservação do peixe-boi-marinho no Brasil.

O peixe-boi-marinho de nome Rosa encalhou no dia 21 de outubro de 2017, na Praia do Rosado, no município de Porto do Mangue/RN, com poucos dias de vida. Durante o processo de reabilitação, recebeu acompanhamento médico veterinário, sendo submetida a manejos e exames complementares de rotina, a fim de assegurar o estado geral de saúde.

Peixe-boi-marinho Rosa quando foi resgatada

Inicialmente sua alimentação era constituída por um composto lácteo artificial, à base de proteína isolada de soja e suplementada por vitaminas, minerais e aminoácidos essenciais. O aleitamento era fornecido por meio da mamadeira subaquática, e a oferta de alimentos sólidos como capim agulha e algas marinhas foi realizada de forma gradativa, respeitando o desenvolvimento do animal.

No dia 03 de junho de 2022, o animal foi translocado para o Recinto de Aclimatação situado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão. O recinto possui área de 690 m² e foi construído em ambiente natural para melhor adaptação dos animais, a fim de conectá-los com a dinâmica e oscilações das marés, correntes marinhas, salinidade e temperatura das águas, antes do retorno à natureza.

Durante esse período o animal demonstrou-se bem ativo e sociável com os demais peixes-bois do recinto. Atualmente, está com 05 anos 09 meses, pesa 410,5 kg e possui 290,5 cm de comprimento total. Compartilha o recinto com peixes-bois Zé Grande, Angelina, Aquitã e Gaia.

Peixe-boi-marinho Rosa no recinto de aclimatação

Após o processo de aclimatação, Rosa será solta em ambiente natural e, antes da soltura, receberá um equipamento que permite monitorá-la de forma remota, através de sinal VHF e satelital. Este rastreador, por muitas vezes, pode chamar a atenção da população e dos pescadores que, em alguns momentos, podem tentar retirá-lo do animal. Por isso, a importância do trabalho educativo com as comunidades locais para explicar a funcionalidade e importância deste dispositivo, essencial não apenas para acompanhar o deslocamento dos animais, mas assegurar a sua adaptação ao ambiente natural.

Rosa será o segundo exemplar de peixe-boi-marinho a ser solto pelo Projeto Cetáceos da Costa Branca no litoral potiguar. O momento é de extrema importância para a conservação da espécie no RN e a etapa de monitoramento pós-soltura será realizada por cerca de um ano, a depender do comportamento do animal.

Imagem aérea do recinto de aclimatação

A primeira soltura de peixe-boi-marinho no RN aconteceu no final do mês de maio. A volta de Gabriel à natureza foi um sucesso e ele vem apresentando excelente comportamento e adaptação ao ambiente natural. Todos os esforços desenvolvidos e aplicados vêm sendo eficientes.

O resgate, reabilitação, estabilização, soltura e monitoramento de peixes-bois-marinhos são ações desenvolvidas no âmbito do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP-BP), como condicionante do licenciamento ambiental federal exigida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para a realização de atividades de exploração, produção e escoamento de petróleo e gás executadas pela Petrobras na região.

Ameaçado

O peixe-boi-marinho é um dos mamíferos aquáticos com maior grau de ameaça à extinção do Brasil. No passado foi vítima da caça e, atualmente, sofre com a perda e alteração de habitat pela degradação de áreas costeiras, ingestão de resíduos sólidos e colisão com embarcação motorizada, sendo as causas de origem antrópica as de maior relevância à espécie. A alteração do ambiente natural costeiro também contribui com a separação da mãe e filhote durante a fase de cuidado parental, ocasionando o encalhe de animais recém-nascidos.

Alerta

Em caso de encalhe ou avistagem de peixes-bois-marinhos com equipamentos de radiotelemetria, entre em contato com o PCCB-UERN através dos seguintes contatos:

  • Natal e região: (84) 9 9943-0058
  • Areia Branca e região: (84) 9 8843-4621

 

 

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