No dia 19 de abril é celebrado o Dia dos povos indígenas, e como forma de dar visibilidade às culturas, tradições e lutas dos povos originários, criou-se o Abril Indígena.
Nessa perspectiva, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) traz para discussão diversos temas que evocam a resistência dos povos indígenas do Brasil, promovendo o diálogo e o respeito a esses povos. A Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade (Diaad/Uern) em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi/Uern), organizou uma programação especial que tem como tema: Acesso e Permanência de Estudantes Indígenas na Universidade.
Dando início às atividades, aconteceu na manhã de hoje a Roda de Conversa “Questão indígena no Brasil: um relato de pesquisa”, na Faculdade de Direito (FAD/Uern). Na ocasião, o professor Lauro Gurgel, juntamente com o estudante do décimo período do curso de Direito da Uern, Hanieri Silva, apresentou diversas pesquisas por eles realizadas e que tratam da temática dos povos indígenas.
Lauro Gurgel comenta sobre a importância do Abril Indígena para estimular essas discussões. “É de fundamental importância, inclusive, porque o papel da universidade é debater, refletir, propor discussões sobre temas relevantes, temas atuais que impactam a sociedade de um modo geral. Eu sempre costumo dizer que antes dos europeus invadirem a América para colonizar, para explorar as nossas terras, as nossas riquezas, já existiam povos aqui, os povos tradicionais. Então o mês de abril é o momento de refletir sobre a questão indígena no Brasil.”
Dentre os temas abordados na roda de conversa, estiveram o caso Yanomami e a necessidade de uma nova interpretação constitucional; a comparação entre o autogoverno indígena no Brasil e na Bolívia; necropolítica no Brasil e o Marco Temporal de ocupação de terras. O professor Lauro Gurgel comenta sobre esse último ponto, afirmando que “ é preciso a gente levar em conta que toda a discussão que existe hoje sobre o Marco Temporal não é falta de terra no Brasil. Aqui há terra sobrando para produzir. A questão é que algumas pessoas, alguns grupos econômicos, garimpos, enfim, têm interesse nas terras que hoje são ocupadas pelos povos indígenas. Então esse evento tem também essa proposta de fazer uma visão crítica da realidade das terras, da necessidade de demarcação.”
Para o estudante Hanieri Silva, essa roda de conversa é uma oportunidade de dar visibilidade e de trazer essas questões para discussão junto à comunidade acadêmica. “O conhecimento é construído a partir de diversas perspectivas. Então, uma vez que a gente tem um diálogo aberto entre as pessoas, eu acredito que a gente consiga avançar sobre as atuais problemáticas, construir um conhecimento mais completo e também desconstruir certos paradigmas”, comentou.
As atividades do Abril Indígena continuam durante todo o mês, conforme programação abaixo:
28/04 –
19h – Mesa Institucional
19h30 – Conferência: Acesso e permanência indígena na universidade
Conferencista: Professor Dr. Gersem Baniwa – UNB
Local: Auditório FASSO
29/04 –
09h – Toré
Feira de artesanato indígena
Local: Centro de Convivência
13h – Encontro de estudantes indígenas do RN
Local: Auditório da Biblioteca
Mediação: Eula Morais e João Paulo Mello
16h – Entrega da carta estudantil à Magnífica Reitora
17h – Caminhada de encerramento