Uma noite de celebração e de homenagens. Assim foi a Roda Viva o Choro, que aconteceu nesta quarta-feira, 23 de abril, no Memorial da Resistência, em Mossoró. A data, por si só, já era motivo de festa, pois era o Dia Nacional do Choro.
O evento contou com apresentações do Grupo Choro Didático da Uern e da Prática de Conjunto em Choro. O ponto mais marcante da noite foi a realização da roda de choro, que atraiu muitos curiosos para apreciar esse estilo musical que é um dos mais emblemáticos, e que já conquistou admiradores por todo o mundo. “É um momento de mostrar o choro que acontece em Mossoró e destacar todas as pessoas que fazem o choro, que levantam essa bandeira. Vale destacar que o choro, ele é brasileiro, mas hoje ele é também mundial. Nós temos clubes de choro em praticamente todos os países, todo mundo aprecia o nosso Choro Brasileiro”, comentou o músico Hallyson Dantas, integrante do grupo Choro Didático da Uern.
A roda de choro reuniu estudantes, professores, músicos e apreciadores da música brasileira em um momento de muita animação. “Temos hoje aqui alunos e amigos que vão contribuir conosco, além de alunos de outras cidades e do Ceará”, informou Haissa Hussemânia, música e produtora do evento.
O dia 23 de abril foi escolhido para celebrar o choro por ser a data de nascimento de Pixinguinha, um dos maiores representantes do estilo no Brasil. Por isso, a figura dele foi exaltada no evento. “Pixinguinha é considerado o chorão pai do choro. Ele foi quem mais produziu o choro. Eu digo muito que se Pixinguinha tivesse estudado na Europa, ele seria um Johann Sebastian Bach, porque ele era fantástico”, disse o professor aposentado da Uern e também músico, Lima Neto.
O próprio professor Lima Neto tem uma história muito bonita com o choro mas, em sua fala, fez questão de destacar uma figura importante, responsável por difundir o choro dentro da Uern: o professor Sebastião Araújo (In memoriam). “Alunos e professores começaram o movimento de choro graças a Sebastião Araújo Alves das Graças, professor da Uern que faleceu recentemente. Araújo foi ensinando os alunos, eles foram se engajando e naturalmente foi crescendo o grupo de choro na Uern”, lembrou o professor Lima Neto.
A roda de choro, além de ser esse momento de homenagens e reconhecimento a quem fez história na música, foi também uma maneira de levar o choro para a população de forma acessível e, sobretudo, buscando difundir esse estilo tão genuinamente brasileiro. A quantidade de pessoas no evento impressionou. “ Essa questão da difusão do choro tem uma importância absurda, porque infelizmente a mídia tem pouco espaço para esse tipo de música. Eu fiquei aqui emocionado vendo o tanto de alunos que tem aqui interessados em tocar choro, e o objetivo é justamente esse”, finalizou o professor Lima Neto.