A criação e implantação do Ambulatório de Diabetes Gestacional no Pré-Natal de Alto Risco da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) foi tema de Trabalho de Conclusão da Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, defendido nesta quinta-feira, 27. O projeto é de autoria da médica residente Luna Caeecilia de Souza Dantas e orientado pela Profª. Me. Isabelle Cantídio Fernandes Diógenes.
Implantado há um ano, o ambulatório tem o intuito de oferecer um atendimento especializado para a Diabetes Gestacional no Pré-Natal de Alto Risco. “Nós já tínhamos um ambulatório de pré-natal de alto risco, mas devido a alta demanda, com prevalência de diabetes, tanto a tipo 2 quanto a gestacional, a gente sentiu a necessidade de fazer um ambulatório específico para essa parte”, informa a residente.
Com a implantação do ambulatório, foi possível padronizar o protocolo de diagnóstico, rastreamento e tratamento de diabetes gestacional, melhorando o atendimento das pacientes. “Antes a diabetes tinha vários valores de referência, e haviam muitas discordâncias. Alguns profissionais diagnosticavam os pacientes e outros, não, por isso a necessidade de uniformização”, declara Luna Caeecilia.
Para isso, foi feita uma revisão bibliográfica para a implantação de um protocolo específico da Instituição para o diagnóstico da diabetes. Também foram feitas capacitações com profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município, residentes de medicina para que todo mundo seguisse o mesmo protocolo.
“Em seis encontros, foram capacitados 91 profissionais de saúde, entre médicos, nutricionistas, enfermeiros, obstetras” revela a residente. “O protocolo adotado no ambulatório segue as diretrizes de documentos do Ministério da Saúde, da Federação Internacional da Ginecologia e Obstetrícia, da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e da Sociedade de Diabéticos”, complementa a professora Isabelle Cantídio. O protocolo seguido no ambulatório da UERN é o mesmo seguido em São Paulo e em grandes Instituições.
Desde o início do funcionamento, o Ambulatório de Diabetes Gestacional no Pré-Natal de Alto Risco atendeu 27 gestantes em 84 atendimentos. “Ao longo deste ano, a gente conseguiu muita coisa. Por exemplo, hoje o teste oral de tolerância à glicose, que é um exame o SUS não oferece, é feito no ambulatório gratuitamente”, revela Luna.
Outra conquista é que a partir do próximo mês todas as pacientes atendidas no ambulatório irão retornar seis semanas pós-parto para fazer novos exames para saber se elas permaneceram com diabetes ou se era só diabetes gestacional. Segundo a residente, a diabetes gestacional é o maior fator de risco para que a mulher venha a ter diabetes no futuro, mais do que a obesidade. “Esse retorno é uma forma de ter um controle dessas pacientes”, diz.
Ainda como forma de otimizar o atendimento do ambulatório, será lançado um aplicativo com orientações para as pacientes. “É um aplicativo informativo, que terá orientações sobre toxoplasmose, repelente, dicas sobre o que é preferível comer e o que elas devem evitar comer, com relação a diabetes”, revela. No aplicativo, as pacientes poderão também anotar o controle glicêmico, a fim de ter um melhor acompanhamento da taxa.
“O ambulatório atende gestantes de Mossoró e Região. É de grande importância para a saúde das mulheres, e de grande importância para o aprendizado de nossos residentes, conhecer as diretrizes sobre como conduzir, como rastrear todas as mulheres que atendemos em relação ao diabetes gestacional, a fim de melhorar o atendimento oferecido para as cidadãs”, avalia Isabelle Cantídio.
O trabalho apresentado nesta quinta-feira faz parte da terceira turma de concluintes da Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, um programa de pós-graduação desenvolvido em parceria entre a UERN e a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM). A banca examinadora do referido projeto contou com a presença da Prof.ª Esp. Patrícia Jovelina de Freitas e Profª Me. Rejane Maria de Oliveira Holanda.