A campanha salarial dos servidores docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) foi a pauta principal de reunião entre reitoria e comissão de reajuste salarial da Associação dos Docentes da Uern (Aduern), realizada nesta terça-feira (04).
Conforme acordo entre a Reitoria e as entidades representativas dos servidores da Uern (docentes e técnicos), celebrado durante a elaboração e aprovação dos projetos de lei que instituíram a Autonomia Financeira e o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos servidores da Instituição, a campanha salarial estaria alinhada ao ciclo de quatro anos referente à pactuação da autonomia. Dessa forma, a campanha salarial atualmente em discussão precisa estar finalizada até o ano de 2025. Isso porque, em 2025, será feita a repactuação da autonomia financeira, e o índice de reajuste salarial precisa estar alinhado com os percentuais previstos para o período de 2026 a 2029.
A previsão é que a implementação desses reajustes comece em 2026, início do novo ciclo da autonomia financeira após a primeira repactuação.
De acordo com a reitora Cicilia Maia, a mesa de negociação está aberta ao diálogo, com o objetivo de elaboração de uma proposta conjunta, que contemple os anseios dos servidores docentes e técnicos da Uern e a realidade financeira da Universidade para que, a partir daí, se possa iniciar uma a luta conjunta para viabilizar o projeto junto ao Governo do Estado e à Assembleia Legislativa, como aconteceu nas pautas anteriores. A reitora ainda ressaltou que é necessário observar as dificuldades do ponto de vista fiscal e financeiro que o Estado do Rio Grande do Norte está enfrentando e as limitações impostas pelos órgãos de controle. Ela lembrou ainda que é necessário continuar a luta de outro pleito, que é a atualização do Quadro de Servidores da Uern.
“Não desistiremos de lutar continuamente pela valorização de nossos servidores e pelas conquistas alcançadas. Sabemos como seguir em frente e precisamos unir forças e estratégias para alcançar nossos objetivos. Reconhecemos o processo histórico que levou à defasagem salarial apresentada pela Aduern, no entanto, é necessário considerar o impacto financeiro na universidade ao reajustar os salários dos docentes e técnicos. Esse reajuste precisa ser compatível com nossa autonomia financeira”, afirmou a reitora.
Em assembleia recente, a Aduern aprovou a proposta de um reajuste de 97%. No entanto, a reitora afirmou que esse índice é inviável devido à realidade financeira da universidade, de acordo com os percentuais da autonomia já aprovada até 2025.
O presidente da comissão, Márcio Kleber, lembrou que além da campanha salarial, é necessário repensar alternativas para outras pautas, como a recomposição e ampliação do quadro de professores. Quanto ao percentual de reajuste, ele solicitou à Reitoria um índice possível para ser apresentado à categoria como forma de contra-proposta.
Após a reunião com a reitoria, a comissão permaneceu reunida com a equipe técnica para discutir projeções e elaborar a proposta que será apresentada em assembleia da Aduern.
O presidente da Associação dos Docentes, Jefferson Garrido, participou da reunião e elogiou o momento de diálogo com a Reitoria. Ele ressaltou a autonomia da comissão e importância da manutenção do diálogo permanente para alcançar os objetivos comuns.
“Acredito que estamos dentro do mesmo espírito, que é procurar o que é melhor e fazer com que os anseios da maioria sejam trazidos para a mesa e discutidos com a categoria”, afirmou o presidente da Aduern.
“O diálogo está aberto, e precisamos de maturidade para preservar nossa autonomia. Temos um compromisso com a universidade de dar um passo sólido em direção a consolidação de nossas conquistas” finalizou a reitora Cicilia Maia.