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Projeto de extensão visa contribuir com a organização política de comunidade Quilombola

Em clima de confraternização, discentes e docentes se reuniram na última quarta-feira, 5, para concluir e comemorar o sucesso do primeiro ano de execução do projeto de extensão “Direito e História: formação política na comunidade negra rural do Velame”. O projeto teve início no semestre de 2018.1, sob a coordenação da professora Rosimeiry Florêncio, do curso de Direito, e contou com a participação de 14 alunos e 14 docentes.

Fruto de uma parceria interdisciplinar entre os cursos de Direito e de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), o projeto tem como objetivo contribuir com a organização política da comunidade Vila Esperança, localizada no município de Baraúna. “Quando chegamos à comunidade, identificamos muitas inquietações. Entre elas destacou-se a sua identificação como comunidade Quilombola. Apesar de serem apontados como quilombolas por moradores do Velame ou de Baraúna, os membros da comunidade não sentiam segurança quanto a essa identidade”, conta Rosimeiry Florêncio.

Por meio de metodologias populares idealizadas por Paulo Freire, os alunos e professores buscaram observar através da troca de saberes as histórias e as vivências da comunidade. “O processo de autoconhecimento acerca da história e do direito deles, não é imposto, são eles que têm que desenvolver isso neles mesmos e a Universidade surge para orientar nesse processo”, diz o aluno do 3º período de Direito, Heitor Almeida.

Com o auxílio necessário, as dúvidas da comunidade foram sanadas e os moradores do Velame passaram a desenvolver um ponto de vista mais crítico, como relata a professora Rosimeiry: “Após o projeto de extensão, eles estavam motivados a discutir suas demandas enquanto quilombolas, no sentido de encaminhar essas demandas e necessidades até o poder público”.

O projeto também é uma iniciativa da professora Veruska Sayonara, do curso de Direito, e dos professores Lemuel Rodrigues e Marcílio Falcão, do curso de História, e conta com a parceria do projeto Sertão, tendo sua rede extensionista ainda mais ampliada. É essa dimensão acadêmica e comunitária que motivou a continuidade do projeto no semestre de 2019.1 e 2019.2, em que os professores e alunos acompanharão outra comunidade, localizada no município de Patu-RN.

Pelo menos por um ano, “Direito e História” seguirão juntos em busca de sanar dúvidas e formar politicamente comunidades negras rurais. “O Direito não é algo dado, ou imposto, o direito sempre ao longo da história foi algo construído e alcançado através de lutas, e nós estamos vendo na prática essas comunidades conquistarem seus direitos”, diz Heitor.

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