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Pesquisa sugere relação entre número de especialistas nos hospitais e taxa de morte por COVID 19

“A vulnerabilidade da saúde pública frente ao desconhecimento do novo coronavírus” foi tema de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Faculdade de Ciências da Saúde, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FACS/UERN). O estudo é desenvolvido pelo então graduando Alison Jesissai Pinto Gurgel, orientado pela Profª. Drª. Allyssandra Maria Lima Rodrigues Maia.

A defesa do TCC do curso de Medicina ocorreu na noite desta segunda-feira, 15, de forma virtual através da plataforma Google Meet. Além da professora orientadora, a banca avaliadora foi composta pelos professores Esp. Fabiano Rodrigues Maximino e Esp. Tammy Rodrigues.

De acordo com Alison Gurgel, o trabalho teve como objetivo fazer uma análise do panorama epidemiológico da doença, abordando as principais manifestações clínicas conhecidas, patogênese, bem como manejo e tratamento dos acometidos. A pesquisa faz ainda uma breve avaliação dos agravos que a presença da doença poderá acarretar ao sistema de saúde.

O estudo ainda sugere que existe uma relação entre os números de médicos especialistas e o de mortes pela doença. A análise se inicia pela relação entre o número de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), conforme o Ministério da Saúde, e o quantitativo de médicos intensivistas ofertados a cada estado do país, captado pelo Conselho Federal de Medicina (CFME). Com base no quantitativo de leitos por profissionais intensivistas, é verificada a possibilidade de uma relação à taxa de mortalidade de cada região.

“Fazendo uma avaliação dos dados podemos perceber que Amapá e Pernambuco ultrapassam o número de 10 leitos por profissional intensivista, preconizado pela lei. Nesses estados, as taxas de mortalidade são expressivas. Em contrapartida, no Rio Grande do Sul, onde há uma melhor relação leitos/intensivista, há uma das menores taxas de mortalidade – a quarta menor do país. No entanto, alguns estados, apesar de possuírem boa relação leitos/intensivista, apresentam alta taxa de mortalidade”, observa Alison Gurgel.

Com base nos dados, foi aplicada a equação para o coeficiente de correlação, a fim de identificar a existência de uma relação entre esses fatores. “Identificamos um índice de correlação de 0,26%. É um índice discreto, mas existe. Não é possível afirmar com certeza que o quadro de especialistas está relacionado à taxa de mortalidade por coronavírus. Para isso, seria necessário um estudo mais minucioso levando em consideração o quadro de profissionais de cada hospital e seus insumos. No entanto, é possível observar que o atendimento especializado, aliado a outros fatores, pode faz a diferença no quantitativo de mortes por COVID 19”, declara.

O professor Fabiano Maximino enfatiza que o estudo ratifica que uma intervenção correta no sistema de saúde pode fazer o diferencial no tratamento de pacientes com COVID 19. “Não tem como afirmar, mas não tem como excluir a ideia de que o maior número de especialista reflete na taxa de mortalidade de COVID 19. Esse é um estudo importante que pode servir como base para outros mais aprofundado”, disse ao parabenizar Alison Gurgel pela pesquisa.

Allyssandra Rodrigues destaca que o estudo oferece um panorama sobre a situação do sistema de saúde frente à COVID 19 e abre espaço para novas análises. “O trabalho tem como expectativa fornecer uma referência para trabalhos futuros e ajudar na prevenção e controle dessa epidemia”, frisa.

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