“Extra! Extra! A precarização das condições de trabalho no jornalismo potiguar”. Esse é o tema da dissertação do mestrando Cláudio Palheta, no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Direitos Sociais (PPGSSDS), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), que será defendida nesta quinta-feira, 29, às 15h, no auditório da Faculdade de Serviço Social.
A pesquisa é orientada pela Profª. Dra. Fernanda Queiroz e coorientada pelo professor Ricardo da Silveira. Esta é a primeira defesa de dissertação do Mestrado em Serviço Social advinda de outra área que não é da assistência social. Cláudio Palheta é formado em Jornalismo pela UERN e direcionou seu estudo entre sua área de formação e o serviço social.“A escolha se deu pela afinidade teórica de pesquisa e também pela proximidade das grandes áreas, uma vez que a comunicação está próxima ao serviço social”, explica.
O estudo faz um mapeamento das principais expressões da precarização de trabalho no jornalismo. Para a pesquisa, foram analisados três jornais impressos diários de Mossoró e Natal. “Aplicamos questionários, conversamos com jornalistas para saber a rotina de trabalho, como eles se sentem em relação ao jornalismo e o que eles compreendem por precarização”, revela. A proposta é tentar compreender a visão dos jornalistas sobre a precarização.
“O jornalismo é uma profissão midiatizada, de destaque. Apresentar-se como jornalista é se colocar como relevância social e muitas vezes isso gera uma glamorização sobre as condições de trabalho, muitas vezes o profissional omite as condições de trabalho em nome de uma glamorização”, revela. A pesquisa parte da premissa de que há essa precarização. “Buscamos entender que precarização é essa e o que o jornalista entende por precarização”, diz.
A dissertação abre margem para a discussão sobre o trabalho do jornalista. “Eu e meu orientador entendemos que o estudo tem fundamental importância para compreender sobre o trabalho jornalístico. A pesquisa se apresenta como um documento que traz elementos concretos para que os novos jornalistas consigam entender a realidade da categoria na contemporaneidade”, afirma. O estudo propõe um debate sobre precarização, o debate sobre lutas de classe, sobre toda essa carga teórica do Serviço Social, fazendo uma interface com o jornalismo. “Buscamos entender quem é o personagem que está por trás da notícia”, declara Palheta.