As cotas sociais aumentam as chances de egressos conquistarem um emprego, mas não garantem salário melhor. É o que aponta pesquisa desenvolvida pelo professor Dr. Danilo da Silva Ferreira, do Departamento de Economia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), em Assú.
O estudo foi desenvolvido como parte da sua tese de doutorado e fez uma avaliação sobre os rendimentos dos cotistas egressos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), instituição de ensino onde ele cursou a pós-graduação. Para a pesquisa, foram utilizados dados socioeconômicos e acadêmicos dos cotistas, fornecidos pela Universidade, e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que reúne todos dos trabalhadores do mercado formal de trabalho.
O estudo concluiu que em média os egressos cotistas têm um rendimento salarial 10% menor que os não cotistas. Os dados são referentes aos profissionais em início de carreira.
Conforme o pesquisador, esse resultado pode estar atrelado ao próprio mercado de trabalho e a questões socioeconômicas, por exemplo os não cotistas têm uma situação social melhor do que os costistas, têm pais mais escolarizados, mais contatos sociais que oportunizam melhores cargos.
“Apesar de receberem menos, os cotistas podem estar em uma situação melhor do que eles estariam se não tivessem ingressado na universidade. No Brasil, o diploma universitário é bastante valorizado, e em média os diplomados acabam recebendo mais do que aqueles que não têm diploma”, avalia. Assim sendo, a oportunidade de alunos egressos de escola pública terem de ingressar no Ensino Superior através das cotas sociais representa uma significativa mudança na sua vida econômica.
A pesquisa desenvolvida pelo docente Danilo da Silva Ferreira serviu como base para publicação na Folha de São Paulo sobre o rendimento de egressos cotistas. Para o professor, ter seu estudo em uma reportagem de repercussão nacional é bastante satisfatório. “Foi uma honra ter o trabalho citado na Folha”, destaca.