Os impactos do ensino remoto sobre a saúde e a rotina dos professores da rede básica de ensino foi tema de uma pesquisa elaborada pelo professor Márcio Pessoa, do Departamento de Sociologia do Campus Central e docente da rede básica do Estado do Ceará.
O estudo foi realizado, em abril e maio deste ano, junto a 281 professores de instituições de ensino públicas cearenses, e feito em conjunto com o professor e sociólogo Manoel Moreira de Sousa Neto, também docente da rede básica do Ceará.
A pesquisa abordou a preocupação dos docentes em relação à pandemia e as adaptações que tiveram de fazer para viabilizar o ensino remoto.
Conforme o estudo, a maioria dos professores tem extrapolado sua carga horária de trabalho extraclasse e precisou fazer mudanças em sua residência para garantiras as aulas remotas, a exemplo da aquisição de pacote de internet ou equipamentos eletrônicos ou mesmo reformas na casa.
Os dados coletados indicam ainda que a saúde mental é a principal queixa dos docentes em relação às mudanças. Problemas de visão, aponta o estudo, passaram a ser relatados em grande quantidade, possivelmente por conta do uso exacerbado de telas.
A pesquisa também revela que os docentes da rede estadual veem a pandemia com altíssima gravidade, visto que 99% deles conhecem alguém que faleceu devido à Covid-19.
A obtenção dos dados empíricos ocorreu por meio de survey aplicado a docentes, com 281 respostas válidas, caracterizando uma amostra válida com 90% de nível de confiança e 5% de erro amostral.
Os detalhes sobre os resultados da pesquisa foram apresentados pelos professores neste mês em live realizada no YouTube. O vídeo da apresentação pode ser acessado neste link.