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O sertão virou palco: com teatro, oficinas e realidade virtual, Uern leva cultura à comunidade quilombola de Nova Esperança

O sol estava forte sobre as casas e os quintais floridos da comunidade de Nova Esperança, quando a van da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) chegou. Não era uma van qualquer. Carregava dentro de si histórias, imagens, cores e sons. Trazia cultura, encanto e uma promessa: a de que aquele dia seria diferente. E foi.

Na manhã desta sexta-feira, 1º, a Uern deu início ao Circuito Cultural MovCEU na vila de Nova Esperança, localizada no coração da comunidade quilombola de Velame, em Baraúna. Pela primeira vez, os olhos curiosos das crianças e os sorrisos das professoras, que voltaram à escola mesmo em período de férias, encontraram um espetáculo feito especialmente para elas – com teatro, oficinas, contação de histórias, gincanas, jogos populares, realidade virtual e cinema ao ar livre.

Com olhares atentos e sorrisos curiosos, crianças da comunidade quilombola de Nova Esperança se encantam com a programação do Circuito Cultural MovCEU, promovido pela Uern no sertão de Baraúna (Imagem: Nathan Figueiredo)

Na voz firme e emocionada de Lorena Ferreira da Silva, vice-presidente da Associação de Moradores, ecoava a importância da chegada da universidade à comunidade: “Isso pra mim é um presente. Toda a comunidade foi avisada. Nós já fazemos aqui nossas festas populares, mas isso é diferente. É outro tipo de alegria”.

De fato, não se tratava apenas de uma atividade cultural. Era um gesto político, simbólico, afetivo. A Uern – única universidade do Brasil a contar com um MovCEU – estreava o equipamento como parte do programa Uern Cultura Viva, que integra o “Territórios da Cultura”, do Ministério da Cultura, levando arte e saber a lugares onde raramente chegam.

O cordelista Raimundo Mesquita recitou um mote e, com sua poesia rimada, falou de luta e resistência. Depois veio a trupe da Máscara Cia. de Teatro, com o espetáculo Ensopado de Histórias, e ninguém mais desgrudou o olhar do palco improvisado no terreiro. As crianças riam, os adultos se encantavam.

“Somos a única universidade com esse tipo de equipamento cultural. Ele nos permite chegar onde antes não podíamos. Democratizar o acesso é isso: estar presente”, disse Esdras Marchezan, pró-reitor de Extensão e coordenador da ação.

Presente estava também a professora Cicília Maia, reitora da Uern, que falou olhando nos olhos das crianças:
“Começamos aqui porque é preciso começar pelos lugares mais distantes. Estamos dizendo a vocês que a educação importa, que a universidade é de vocês. E ela não está esperando sentada – está esperando conectada”.

Ísis Maria da Silva Oliveira, liderança quilombola do Velame, se emocionava quando via as crianças brincando com óculos de realidade virtual. “É um dia lindo e de festa para todo mundo. Até nossas professoras vieram, mesmo estando de férias”.

Para o secretário de Cultura de Baraúna, João Paulo de Melo, “É simbólico ver a universidade aqui, dentro da comunidade. Democratizar a cultura é permitir que essas crianças sonhem”.

A prefeita Divanize Oliveira completou: “Estamos felizes, emocionados. Vi essa van em Brasília e jamais pensei que tão cedo ela estaria aqui. Hoje é um dia que vai ficar no coração de todos, especialmente das crianças. É a realização de um sonho”.

O Circuito Cultural MovCEU segue agora por outras comunidades, levando em suas rodas poeira e poesia, luz e afeto – conectando saberes, territórios e esperanças.

Mais registros neste link.

Foto de capa: Rodrigo Oliveira/Uern

Fotos de arquivo: Rodrigo Oliveira e Nathan Figueiredo/Uern

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