Mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Geografia, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), visitaram a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Ponta do Tubarão. A aula de campo foi para realizar uma análise das características dos quatro ecossistemas presentes no local, e conhecimento enquanto Unidade de Conservação que permite o uso de forma controlada.
O objetivo da atividade proposta pelo professor Marco Escobar, da disciplina Meio Ambiente Sustentabilidade e Interdisciplinaridade, foi promover discussão da sustentabilidade no âmbito local, com base na legislação, tradições e atividades das comunidades tradicionais. Para o professor Ramiro Camacho, que ministra conjuntamente os conteúdos, é preciso sensibilizar os futuros mestres pela UERN para a prática de atividades sustentáveis, com vista à conservação, uso e manejo equilibrado dos recursos naturais.
O professor Rodrigo Guimarães, do curso Gestão Ambiental e também orientador do Mestrado em Geografia, se disponibilizou a participar da atividade e falar sobre suas pesquisas acerca do litoral potiguar. Para Guimarães, “foi importante conhecer a problemática local tendo por laboratório uma área de criação de Unidade de Conservação, com vista a discutir a relação ambiente, sociedade e sustentabilidade, no âmbito local e a necessidade de adoção de práticas voltadas para a sustentabilidade social, ambiental e econômica”.
Conforme a coordenadora do programa Márcia Regina Farias da Silva, a aula de campo para uma reserva de desenvolvimento sustentável “se justifica pela necessidade de se atender aos requisitos de competências e habilidades necessárias à formação do aluno da pós-graduação em Geografia e faz-se necessário conhecer experiências voltadas para o desenvolvimento sustentável”, explicou a coordenadora.
Histórico
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual (RDS) Ponta do Tubarão foi criada através de lei estadual, nos municípios de Macau e Guamaré litoral setentrional. Com quase 13 mil hectares de extensão, a Ponta do Tubarão tem como objetivos resguardar o modo de vida tradicional, assegurar atividades baseadas em sistema sustentável de exploração de recursos naturais, estas desenvolvidas tradicionalmente ao longo de gerações e adaptadas às condições ecológicas locais e que desempenham papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
De acordo com a Lei n.º 9.985 de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), as UCs podem ser de Proteção Integral, garantindo a preservação total da natureza, ou de Uso Sustentável, que permitem seu uso de forma controlada. Nessa direção, o estado do Rio Grande do Norte possui atualmente 238 mil hectares em Unidades Estaduais de Conservação, correspondendo a 4,5% do seu território.
*Texto: Marcos Escobar