A Faculdade de Serviço Social (Fasso) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) comemorou, nesta terça-feira (18), seus 60 anos de fundação, em uma solenidade marcada por emoção, memória e reafirmação do compromisso ético-político que caracteriza a trajetória da unidade acadêmica. O evento, realizado no auditório da própria Fasso, reuniu estudantes, egressos, professores, representantes de conselhos profissionais, movimentos sociais e autoridades da Universidade.
A programação incluiu a abertura da exposição “60 anos de FASSO: Memória, Luta e Formação”, o lançamento do painel participativo “Eu FASSO parte dessa história”, apresentações culturais e um momento de confraternização com o “Coffee Break com Memórias”.
Fundada três anos antes da criação da Uern, a Fasso consolidou-se como uma das unidades mais tradicionais da Instituição. Sua trajetória se conecta à história do Serviço Social brasileiro e se destaca pela formação crítica e comprometida com os direitos humanos, a democracia e a vida.
A solenidade foi marcada por depoimentos que evidenciaram a importância histórica e social da Fasso.
A coordenadora do Centro Acadêmico, Elizoneide Cristina, abriu a rodada de discursos destacando o sentimento coletivo da comunidade estudantil: “A Fasso representa a nossa luta, a nossa força e os nossos sonhos, muito mais que uma instituição.”
Representando o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) do RN, a assistente social e egressa Vitória Ávila expressou a emoção de retornar à unidade onde se formou. “Como egressa, é emocionante estar aqui nesse lugar”, afirmou, reforçando que está sempre à disposição para “construir juntos espaços de luta e resistência”.
O professor Marcílio Falcão, coordenador do Fórum de Diretoras e Diretores, destacou o significado da data ao lembrar que “ninguém chega aos 60 anos à toa”. Ele ressaltou que a Fasso surgiu “em um momento não muito fácil, quando se buscava cidadania em tempos tenebrosos”, e que os projetos da Faculdade continuam sendo espaços de construção de igualdade e esperança.
A professora Mirla Cisne, representante do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), trouxe uma fala marcada pela emoção de rever ex-alunos agora atuando na profissão. “Não há alegria maior do que ver alunos, hoje colegas, honrando a profissão”, disse. Para ela, a atuação da Fasso é incontestável: “Aqui formamos profissionais de luta, comprometidos com uma sociedade radicalmente democrática e igualitária”.
Com 40 anos de vínculo, a professora Márcia Pereira resgatou sua própria trajetória dentro da instituição. “Ingressei em 1985 como aluna e estou há quase 30 como professora. Que possamos ter muitos anos pela frente.”
Para a chefe do Departamento de Serviço Social, professora Suamy Rafaelly, destaca-se, na Faculdade, o caráter coletivo da sua história. “É tempo de reconhecer a força de uma história construída coletivamente”, afirmou, lembrando que “a Uern nasceu na Fasso” e que a unidade sempre caminhou ao lado dos movimentos sociais e da classe trabalhadora. Para ela, o aniversário simboliza “uma celebração da memória, do presente e do futuro”.
A diretora da Fasso, professora Joana D’arc Lacerda, resgatou as origens da Faculdade ao recordar que participou das comemorações dos 30, 40, 50 e agora 60 anos. “No início, fomos um grupo pequeno que queria fazer a diferença na cidade”, lembrou. Para ela, o curso segue enfrentando desafios diários, mas mantém um compromisso firme: “Somos as meninas e os meninos que cuidam da saúde, da educação, da assistência. Essa é a busca de zelar sempre pelo compromisso ético e político”.
Representando a Reitoria, o professor Jandson Dantas levou a mensagem da reitora Cicilia Maia, reforçando o reconhecimento institucional à história da Fasso. Ele destacou que “é impossível contar a história da Uern sem reconhecer a força do Serviço Social” e lembrou que a pós-graduação da unidade é “única no interior do RN”, reafirmando que o conhecimento produzido na Fasso “está a serviço da sociedade”.
A solenidade também contou com uma mensagem especial enviada em vídeo pela reitora da Uern, professora Cicilia Maia. Em sua fala, ela destacou o reconhecimento da comunidade acadêmica à trajetória da Fasso, “marcada pela transformação social e pela compreensão de que o conhecimento deve estar a serviço da sociedade”.
A reitora lembrou que “é impossível contar a história da Uern sem reconhecer as mulheres que estiveram nesse caminho”, citando a professora Maria Gomes, primeira diretora da unidade. Para ela, a Fasso mantém viva uma tradição de formação crítica e se fortalece com uma pós-graduação “única no interior do RN”. A mensagem encerrou afirmando que “a Uern tem orgulho de ter em sua origem a força do Serviço Social”.
Ao longo da manhã, a celebração destacou a consolidação da Fasso como referência acadêmica e política na formação de assistentes sociais. O curso mantém como princípios a teoria social crítica, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e a articulação entre supervisão acadêmica e profissional — fundamentos reafirmados nas falas e nas atividades comemorativas.
