...

EN

ES

Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

Estudo mostra que estoque de “capital social” ajuda a melhorar salários em mais de 100%

Pesquisa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) mostra que bons relacionamentos interpessoais e redes de amizade ativas ajudam a melhorar salários e a reduzir a diferença de remuneração entre homens e mulheres. O trabalho, fruto da tese de doutorado do professor do Departamento de Economia, Fábio Lúcio Rodrigues, publicado na revista Pesquisa e Planejamento Econômico, do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ainda apresenta evidências de que o impacto do capital social sobre os rendimentos das mulheres acaba sendo maior, especialmente para aquelas que estão nas faixas salariais mais baixas.

O estoque de capital social, que é como o professor denomina o bom relacionamento interpessoal, aumenta os salários das mulheres em cerca de 196%, enquanto que, para os homens, o aumento é de cerca de 140%. “Isso significa que o impacto do capital social sobre a composição dos salários das mulheres é aproximadamente 56 pontos percentuais a mais em relação aos homens”, explica Fábio Lúcio, que também é professor do Programa de Pós-Graduação em Economia, ambos da UERN.

A hipótese central para justificar o porquê de as mulheres serem melhor beneficiadas por este comportamento social é, de acordo com o pesquisador, porque elas têm mais facilidade em construir e manter relacionamentos. “Isso as levam a aproveitar melhor os benefícios do capital social, influenciando a velocidade de elevação dos seus salários e, portanto, reduz a diferença salarial em relação aos homens”, completa o cientista.

Fábio avaliou a situação de 38 mil pessoas, a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, para construir a variável representativa do “capital social”, então compreendida como uma rede de relacionamento (amigos) por parte do indivíduo. O trabalho utilizou uma estratégia empírica com diferentes aplicações econométricas para testar a hipótese formulada. Os modelos matemáticos utilizados levaram em consideração a decomposição dos efeitos do capital social por sexo, assim como a desagregação por grupo de sexo.

De acordo com o professor, o trabalho fornece evidências empíricas de que o capital social pode ser um fator importante para reduzir as diferenças salariais entre homens e mulheres e melhorar a composição da remuneração em geral. “Isso pode ter implicações significativas para a promoção da igualdade de gênero e a redução da desigualdade social. Esses resultados podem ser úteis para a formulação de políticas públicas que visem promover a inclusão social e a redução das desigualdades. A pesquisa também contribui para a literatura sobre capital social, fornecendo novas evidências empíricas sobre a relação entre capital social e desigualdade salarial”, esclarece.

Com o título de “Os amigos dos meus amigos são meus amigos?: as consequências do capital social para as diferenças salariais entre homens e mulheres no Brasil”, o trabalho de Fábio Lúcio foi orientado pela professora Mércia Santos da Cruz e coorientado pelo professor Wallace Patrick Santos de Farias de Souza, ambos do Programa de Pós-Graduação em Economia (PPGE) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Texto: Sala de Ciência

Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support