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Estudo avalia impacto das redes sociais nas eleições de 2018

“O bem tem que prevalecer sobre o mal a qualquer custo”. Essa é uma das diversas expressões verbalizadas durante o estudo desenvolvida pelo pesquisador Michael Charles sobre o impacto das redes sociais, no caso específico do WhatsApp, na eleição de Jair Bolsonaro, em 2018. A pesquisa foi fruto da dissertação de mestrado, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Humanas (PPGCISH), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern).

A análise dos discursos propagados nos grupos de eleitores de Bolsonaro, baseada em bibliografia relacionada à temática, por um lado, revelou que a mediação da tecnologia em rede beneficiou a comunicação, a mobilização política e o compartilhamento de conteúdo em comunidades virtuais, favorecendo a formação de ativismo político em redes digitais. Por outro lado, instigou a produção de conteúdo falso e manipulação do debate político, provocando impactos na democracia.

“Observou-se que a tecnologia e as ferramentas conectadas à internet se estabeleceram como canais de discussão, formação de opinião e disseminação de conteúdo, gerando nova experiência coletiva”, informa o pesquisador. No ambiente político, as campanhas eleitorais, que antes ocupavam ruas, migraram para os dispositivos móveis e modificaram a relação distante entre políticos e eleitorado para uma aproximação direta e ambivalente.

O uso do WhatsApp como ferramenta de mobilização de eleitores de Jair Bolsonaro na eleição 2018, que levou o parlamentar, sem apoio dos tradicionais partidos estabelecidos na política nacional, fora do contexto de apostas, em um modesto partido e sem fundo eleitoral, a se tornar competitivo na corrida presidencial em um curto intervalo de tempo.

“Esse cenário instigou a compreender as mudanças que alterariam a dinâmica da polarização no ambiente eleitoral de 2018, convergente com o uso de ferramentas da internet na comunicação política”, revela Michael Charles.

A pesquisa girou em torno de um grupo de eleitores de Jair Bolsonaro. E apresentou uma análise da internet, redes sociais digitais, como destaque no aplicativo WhatsApp, com objetivo de analisar as representações destes eleitores na ascensão, notoriedade e êxito eleitoral do candidato Bolsonaro em 2018.

Para o estudo, utilizou-se na investigação a abordagem qualitativa e como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada, realizada com indivíduos autodeclarados eleitores de Bolsonaro e usuários da tecnologia móvel.

PESQUISA SERÁ APRESENTADA EM CONGRESSO DA COMPOLÍTICA

O pesquisador apresentará o estudo no Congresso da Compolítica, que está sendo realizado a Universidade Católica de Pernambuco (Unicapo), no Recife. O tema será Ciência Aberta, Humanidades Digitais e monetização de dados: desafios democráticos e epistemológicos para a pesquisa em Comunicação e Política.

O evento reunirá pesquisadores, estudantes e profissionais para discutir os impactos das tecnologias digitais e da economia de dados nas ciências humanas. E contará com oficinas, conferência de abertura, mesas redondas, além das tradicionais sessões dos Grupos de Trabalho (GTs).

O Congresso convida os participantes a refletirem sobre como democratizar a produção de conhecimento num cenário cada vez mais controlado por algorítimos e empresas de tecnologia? Como garantir que a ciência continue sendo uma ferramenta de transformação social?. O evento propõe reflexões sobre saídas para estas questões, e ao mesmo tempo,pretende estimular os participantes a pensar em formas de democratizar a Ciência e o conhecimento neste contexto.

O Compolitica é um evento promovido pela Associação Brasileira dos Pesquisadores em Comunicação e Política, sediada no Rio de Janeiro. O pesquisador Michael Charles é membro da associação.

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