O Conselho Universitário realizou sua 3ª reunião ordinária nesta terça-feira (12), quando apreciou e deliberou sobre a concessão do Diploma de “Mérito Administrativo”, do Título Honorífico “Professor Emérito”, Título Honorífico “Professor Honoris Causa” e Título Honorífico “Doutor Honoris Causa”.
Essas honrarias são entregues e se inserem na realização da Assembleia Universitária, que neste ano vai celebrar os 54 anos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern).
O título de Doutor Honoris Causa será concedido à professora Maria Zelma de Araújo Madeira.
A professora Benômia Maria Rebouças (in memoriam) será agraciada com o título de Professor Honoris Causa.
Já o título de Professor Emérito será conferido à professora Maria do Socorro da Silva Batista.
Também foi votado pelo Consuni o Diploma de Mérito Administrativo, que será concedido ao técnico de nível superior Francisco Vicente Rodrigues.
Diploma de “Mérito Administrativo”
Para o Diploma de “Mérito Administrativo” foram indicados: Diego Ezaú Pereira de Araújo, Francisco Vicente Rodrigues, Maria de Fátima Lopes de Medeiros, Rodrigo Vidal de Moura, Patrícia Daniele da Paz Bezerra (in memoriam), Izaura Amélia Pedroza do Nascimento, Telma Ferreira Maia Rocha, Elioenai de Souza Ferreira (in memoriam) e Sara Cristina do Couto Silva.
O Consuni escolheu por unanimidade o técnico-administrativo Francisco Vicente Rodrigues, decidindo ainda pelo envio de ofícios em nome da Uern para as famílias de Elioenai de Souza Ferreira e de Patrícia Daniele da Paz Bezerra.
Francisco Vicente tem quase 41 anos de contribuição à Universidade como técnico-administrativo de nível superior, estando há 29 anos no Departamento de Contabilidade da Proplan. Possui graduação em Ciências Sociais e especialização em Contabilidade e Gestão Pública, ambos cursados na Uern, onde seus três filhos também se graduaram, sendo uma delas professora universitária da Instituição. Já atuou no Consuni, no Conselho Diretor, foi o primeiro técnico com assento no Conselho Curador. Dedicou-se ainda a participações sindicais.
Elioenai de Souza e Patrícia Daniele morreram de Covid-19, mas a contribuição de seus serviços ficou registrada.
Título Honorífico “Professor Emérito”
Para o Título Honorífico “Professor Emérito”, foram indicados: Maria Regina Coele de Negreiros Bezerra, Danilo Gonzaga, Francisco de Assis Pereira Piolho, Maria do Socorro da Silva Batista, Zélia Maria Rodrigues Medeiros de Vasconcelos, Marlucia Barros Lopes Cabral e Maria Vera Lúcia Fernandes Lopes.
O conselho escolheu a professora Maria do Socorro da Silva Batista, que obteve 13 votos contra 8 da professora Maria Vera Lúcia Fernandes Lopes, indicada pela relatoria, e 3 de Marlucia Barros Lopes Cabral.
Socorro Batista é graduada em Pedagogia pela Uern, mestre e doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tendo feito Doutorado Sanduíche na Universidade do Porto, Portugal (2010).
Além disso, é professora aposentada pela Uern e professora em atividade do Campus Angicos da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). É membro do Corpo Docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino do Campus Pau dos Ferros da Uern e atualmente exerce o cargo de secretária adjunta do Gabinete Civil da Governadora do Estado (GAC).
Em sua trajetória pela Uern, presidiu o Diretório Central dos Estudantes (DCE) em 1984 e a Associação dos Docentes da Uern de 2003 a 2005. Ademais, deixou suas marcas ao exercer o papel de coordenadora institucional do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – Pibid, na Uern, entre 2012 e 2014; de integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Estado e Sociedade (Gepees/Uern) e do Núcleo de estudos em Educação (Need), Campus de Pau dos Ferros.
Socorro tem experiência com ensino, pesquisa e extensão na área de Educação, com ênfase nos seguintes temas: política educacional, políticas e gestão da educação ambiental, ensino e formação docente. Atua na área de ensino de graduação, especialmente com a disciplina educação ambiental nas práticas pedagógicas. Na qualidade de secretária adjunta do GAC, a professora desempenhou importante papel de apoio às pautas da Uern, sendo sempre uma voz presente em prol da Universidade no âmbito do Governo.
Título Honorífico “Professor Honoris Causa”
Para o Título Honorífico “Professor Honoris Causa”, foram indicados: Eduardo Gomes Seabra, Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim, Benômia Maria Rebouças e Edson Gomes.
O conselho escolheu Benômia Maria Rebouças (in memoriam). Graduada em Pedagogia, pela Faculdade de Educação e Pós-Graduada em Direitos Humanos pela Uern, ela foi ativista do Movimento de Luta das Pessoas com Deficiência, presidiu o Fórum de Mulheres com Deficiência em Mossoró e região, constituindo-se como uma forte voz em defesa da garantia dos direitos da pessoa com deficiência e da acessibilidade em todos os espaços.
Atuou como palestrante sobre inclusão educacional e diversidade, participava com frequência de programas de rádio e televisão levantando a sua bandeira de luta. Participou do grupo de dança “As cadeiretes” que realizava apresentações teatrais e de dança do ventre, apresentando-se em cidades da região. O reconhecimento de sua luta é reverenciado em diversas homenagens, como o Centro Especializado de Reabilitação e uma rua da cidade de Mossoró que receberam o seu nome.
Título Honorífico “Doutor Honoris Causa”
Para o Título Honorífico “Doutor Honoris Causa”, foram indicados: Maurizélia de Brito Silva, Bispo Dom Jaime Vieira Rocha, Dr. Jairo José Campos da Costa, Dra. Maria Zelma de Araújo Madeira, Francisco Lucas da Silva e Padre Júlio Renato Lancelotti.
O conselho escolheu a Dra. Maria Zelma de Araújo Madeira. Ela cursou Serviço Social na Universidade Federal do Piauí (UFPI), ingressando em 1986, aos 18 anos de idade. Após a conclusão da graduação, em 1992 começou uma pós-graduação em Ciência Política e, em 1995, foi aprovada no mestrado em Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Concluiu o mestrado em 1998 e, nesse mesmo período, exerceu a docência na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), atuando com a formação dos professores leigos ou daqueles que não tinham escolaridade superior com os cursos de Pedagogia em regime especial, com contratos temporários. Também passou a ser professora substituta na UECE, onde exerceu o magistério por sete anos, vivenciando relações de trabalho precarizadas.
Ela conseguiu manter-se engajada com as questões comunitárias, inter-relacionando os conhecimentos teóricos do mestrado, sua atuação em sala e os projetos sociais com foco no empoderamento feminino negro. Em 2002, Zelma Madeira foi aprovada no concurso para professor efetivo da UECE. Entretanto, foi convocada apenas em junho de 2004, mesmo ano em que ingressou no doutorado. A defesa da sua tese ocorreu em 27 de fevereiro de 2009.
Desde então, Zelma Madeira pôde dedicar-se ainda mais à sua trajetória profissional, pois, além da docência, envolveu-se em várias atividades, tais como projetos de extensão universitária, grupos de pesquisa, laboratórios, dentre outras.
Zelma Madeira alcançou alto nível de educação formal, superando obstáculos territoriais, financeiros e étnico-raciais. Na condição de professora universitária, destaca-se por exercer fortemente a militância em defesa da justiça social e da igualdade étnico-racial.
Por fim, ela tem significativa contribuição nas discussões e encaminhamentos da política e pauta étnico-racial na Uern e na materialização da política afirmativa, inclusiva e includente, com a instalação das cotas étnico-raciais aprovadas em lei.
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