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Conselho Estadual de Educação renova reconhecimento do Curso de Medicina

“Falar da Facs (Faculdade de Ciências da Saúde) me empolga como falar de um filho, meu orgulho é muito grande”. O comentário feito pela técnica-administrativa Valquíria Santos sobre o espaço onde trabalha desde novembro de 2004 reflete não apenas o carinho que nutre pela faculdade, mas também os avanços e conquistas compartilhadas entre a comunidade acadêmica envolvida com o Curso de Medicina da Uern, que completa 18 anos em novembro e recebeu, neste mês de outubro, a renovação do seu reconhecimento por parte do Conselho Estadual de Educação.

A forte afinidade de Valquíria com o curso não se construiu à toa. Quase 20 anos atrás, a técnica foi lotada na faculdade ainda durante o período de “gestação” da unidade acadêmica. “Lembro como se fosse hoje. Cheguei ainda nos retoques finais da construção, ajudei até na limpeza dos entulhos”, recorda.

Desde então, enquanto o curso se desenvolvia, ampliando sua estrutura e recebendo cada vez mais estudantes, com diferentes histórias e diferentes demandas, Valquíria também viu se estreitarem as relações com as outras pessoas ligadas, mesmo que temporariamente, à faculdade.

“Como me disponho a receber diretamente os ingressantes, durante esses anos vi muitos sonhos sendo realizados, muitas batalhas vencidas e superadas. Vejo o brilho nos olhos dos alunos pela conquista de terem ingressado em um dos cursos mais concorridos e, sobretudo, numa universidade pública e de qualidade, como é a Uern. Mas também vejo o medo da mudança, do desafio que é estudar medicina, muitas vezes longe de casa. Vejo também a emoção dos pais, dos familiares. Essa emoção nos alcança, afinal de contas seremos também parte dessa família por, no mínimo, seis anos”, comenta.

Ao mesmo tempo em que recebem o apoio dos professores e técnicos da faculdade, os alunos do Curso de Medicina também participam ativamente das ações desempenhadas na unidade, as quais se estendem muito além do ensino nas salas de aula.

A técnica-administrativa Valquíria Santos acompanha as atividades da Facs desde a criação da Faculdade

“Para mim, enquanto aluno, é muito satisfatório poder contribuir diretamente no dia a dia da instituição, seja participando de projetos de extensão e atendimento à comunidade ou no desenvolvimento de pesquisas científicas”, destaca o discente Heitor Lisboa, do nono período do curso.

Natural do município potiguar de Currais Novos, o aluno também ressalta a importância da existência do curso para a interiorização da saúde no estado, além da ampliação das ações de pesquisa. “As atividades desenvolvidas aqui transitam desde os impactos sociais, no acesso à saúde especializada para a população, bem como instrumento transformador acadêmico para vários estudantes de graduação e pós-graduação”.

Quase 400 alunos formados

Até o primeiro semestre de 2022, o Curso de Medicina formou 16 turmas de médicos, totalizando quase 400 alunos egressos que atuam tanto no atendimento direto à população quanto em posições de gestão em órgãos públicos.

Dezoito anos após sua criação, a Facs possui hoje duas residências médicas – Medicina de Família e Comunidade e Ginecologia e Obstetrícia – e três programas de pós-graduação: o Programa de Pós-Graduação Multicêntrico na área de Bioquímica e Biologia Molecular (PMBqBM), o Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas (PMPGCF) e o Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade (PPGSS).

Já no campo da extensão, a Facs conta com diversas iniciativas, a exemplo do Ambulatório de Doença de Chagas (Adoc), criado em 2011 para atender pacientes com doença de Chagas oriundos, especialmente, da mesorregião Oeste Potiguar.

O equipamento acompanha cerca de 500 pacientes e aproxima estudantes de graduação, a partir do quinto período do curso, alunos de iniciação científica e de pós-graduação (mestrado e doutorado), além de docentes das áreas básica e clínica, voltados ao desenvolvimento de pesquisas e publicações de trabalhos científicos em revistas especializadas e eventos médico-científicos.

Os ambulatórios da faculdade também oferecem, de forma gratuita à população, atendimento nas mais diversas especialidades, como cardiologia, endocrinologia, pediatria, neurologia, gastroenterologia, dermatologia, pneumopediatria e ginecologia e obstetrícia.

A faculdade também conta com Programa de Extensão do Comitê Local da IFMSA Brazil UERN (PECLUERN), o qual concentra sete projetos de extensão que reúnem professores e alunos do curso: Fisiopatologia e Anatomia de Agravos de Saúde Pública em Escolas (FAASPE), Grupo de Apoio aos Portadores de Hemofilia (GAPH), “Fala Sério!”, Grupo de Incentivo à Saúde do Idoso (GISI), “Pronto Sorriso” e o Ensinando as Crianças Aspectos de Higiene (ECAH) e o Grupo de Apoio aos Portadores de Parkinsson (GAIPP).

Através dos projetos, mais de 5.300 pessoas foram contempladas, sendo atendidas por uma equipe interdisciplinar que congrega docentes, discentes, profissionais e gestores.

“Diante de tudo isso, recebemos a notícia da renovação do reconhecimento do curso com muita felicidade em ver todo o trabalho e esforço de cada um e cada uma em fazer sempre o melhor para nossa faculdade, que está no auge da sua maioridade e já mostrou a que veio, a cada dia revelando sua importância à sociedade. Continuaremos a buscar parcerias, apoio no intuito de solidificar ainda mais o nosso curso”, destaca a professora Allyssandra Maia, diretora da Facs.

Reconhecimento

O processo de renovação de reconhecimento de cursos de graduação envolve criterioso exame por pareceristas das áreas avaliadas, que realizam visita in loco para averiguação das dimensões didático-pedagógica, corpo docente e infraestrutura dos cursos.

A renovação significa que está em consonância com os parâmetros nacionais de avaliação estabelecidos pelo Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes).

“A Uern forma o médico com competências, habilidades e atitudes para atender às necessidades de um país de dimensões continentais, multicultural e em desenvolvimento como o Brasil e às exigências da sociedade contemporânea”, pontua o professor Edvan de Souza, vice-diretor da faculdade.

O professor Fabiano Maximino, coordenador do Curso de Medicina, também expressa a alegria pelo reconhecimento e destaca o desejo da comunidade acadêmica do curso de continuar se desenvolvendo e expandindo suas ações.

“Costumo dizer que a Facs tem vida própria, que pulsa com intenso furor, berço de inúmeros professores e servidores que trabalham com muita paixão. Paixão que transborda nos inúmeros projetos de extensão, na graduação e pós-graduação. Muito ainda está por vir e desejamos, todos nós, professores e técnicos, produzir cada vez mais”, frisa.

O olhar esperançoso e determinado sobre as ações da Facs é compartilhado por Valquíria Santos, que, após ter acompanhado tantos passos da faculdade ao longo dos últimos 18 anos, alegra-se por vê-la pronta para superar novos desafios.

“Eu definiria a Facs como uma linda jovem, que chega à sua maioridade cheia de autonomia e responsabilidades inerentes a qualquer jovem, sobretudo tendo nascido no interior do RN, mas com o diferencial de ter a capacidade de se renovar a cada turma que se forma e leva o nome da nossa Uern mundo afora. Sei que ela ainda tem muitos caminhos a percorrer, mas não tenho dúvidas de que terá vida longa e uma história formada por várias outras histórias de superação, de vitória e de muito amor”, comenta a técnica-administrativa.

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