Publicada em janeiro do ano passado, a Lei nº. 10.480/2019 regulou a instituição de cotas e criou o argumento de inclusão regional nos processos seletivos de vagas iniciais na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). E seu implemento resultou numa maior procura pela instituição potiguar.
Segundo dados obtidos pela Pró-Reitoria de Ensino de Graduação da UERN (PROEG/UERN) junto ao sistema do Ministério da Educação relacionado ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU), houve 30.609 inscrições para concorrer à chamada regular da instituição estadual – crescimento de 9.061 em relação ao ano passado.
Muito desse resultado se deveu à procura maior de estudantes potiguares: na lista de aprovados, houve aumento de 15% de candidatos do RN.
“Eu acredito que o argumento de inclusão incentivou muito os nossos conterrâneos a procurarem e a ocuparem as vagas da UERN. Aumentou o número de inscritos na chamada regular e na lista de espera. Então, isso atraiu muita gente”, opinou a responsável institucional pelo SiSU na UERN, Jéssica Vianna.
De acordo com a lei, o argumento de inclusão regional “consiste em um percentual a ser acrescido na pontuação geral obtida pelo candidato no respectivo certame”. Faz jus a esse bônus o candidato que tenha cursado integralmente os ensinos Fundamental e Médio em escolas públicas ou privadas localizadas no RN.
Para o titular da PROEG, professor Wendson Dantas, a nova política de inclusão potencializa o ingresso de alunos da educação básica do RN no ensino universitário. Além disso, reforça o papel social da Universidade.
“O espírito da lei é fortalecer a educação e o desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Norte. A UERN, além de formar professores, forma também bacharéis em diversas áreas, forma médicos e a tendência é que permaneçam no Estado gerando renda e desenvolvimento, ampliando a prestação de serviços de qualidade aqui”, avaliou o pró-reitor.
Universidade garante preenchimento mais efetivo das vagas e amplia oportunidades
Embora haja uma presença maior de potiguares, alunos de todos os lugares do País continuam ingressando na Universidade.
Segundo os dados, 24% dos aprovados são candidatos das mais variadas localidades; “Mesmo com o argumento de inclusão, as pessoas de outros Estados não deixaram de ocupar vagas na UERN. Tem gente de todo o Brasil”, diz Jéssica Vianna.
Outro elemento de destaque com a implantação do argumento regional é o equilíbrio na distribuição dessas vagas. Cursos que anteriormente atraíam, em sua maioria, estudantes de outros estados – como Medicina, Direito, Odontologia e Enfermagem – terão no ano letivo de 2020 um número maior de estudantes que fizeram o ensino fundamental e o ensino médio no RN.
É interessante notar que as oportunidades também cresceram para as pessoas com deficiência: 26% de aumento das vagas para esse público em comparação com o ano passado. E mais: foi implementada a cota étnico-racial, ampliando as oportunidades para pretos, pardos e indígenas e manteve-se a cota social com reserva de vagas para egressos de escolas públicas.
Colaborou: Iuska Freire.