A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Campus Natal, por meio do Departamento de Ciências da Religião e da Escola de Extensão (EDUCA), realiza uma programação especial do Novembro Negro UERN, reafirmando seu compromisso com a valorização das ancestralidades afro-brasileiras, com o combate ao racismo religioso e com a promoção de práticas decoloniais no espaço acadêmico. Dentro dessa programação, duas ações se articulam de forma potente: o lançamento do livro A dança da asa esquerda, de Canniggia Carvalho, e a Oficina Ritmos Afro-Poty, ambas vinculadas ao projeto de extensão “As Religiões numa Perspectiva Afrocentrada: Diálogos sobre as Religiosidades de Matriz Africana nos Contextos da Educação e da Saúde”, coordenado pelo Prof. Dr. João Bosco Filho, também responsável pelo Novembro Negro da UERN Natal.
No dia 17 de novembro de 2025, às 18h, no Auditório do Complexo Cultural da UERN, será lançado o livro A dança da asa esquerda, primeira obra do poeta Canniggia Carvalho, publicada pela Editora Offset. Com direção de arte de Rita Machado, capa assinada pelo próprio autor (@brutocontorno) e prefácio de Tânia Lima, o livro mergulha nas vivências de um poeta preto e de terreiro que transforma o gesto poético em diálogo com a ancestralidade, a espiritualidade e os afetos. A obra percorre temas que atravessam a existência negra, a legitimidade da vida, o amor, o afeto e a complexidade das relações humanas, afirmando a literatura como território de resistência e reexistência.
A programação segue no dia 18 de novembro de 2025, às 15h, na Sala C2 do Complexo Cultural da UERN, com a realização pelo Afoxé Estrela da Manhã da Oficina Ritmos Afro-Poty, um espaço formativo e vivencial que promove o encontro entre tradição, música e corporeidade. A oficina convida os participantes a experienciar ritmos de matriz africana — como afoxé, ijexá, maracatu e coco — compreendendo-os como expressões de identidade, espiritualidade e saber ancestral. A atividade integra a proposta de fortalecer epistemologias afrocentradas e decoloniais dentro da universidade, reafirmando a arte como ferramenta pedagógica e política.
Essas ações dialogam diretamente com os objetivos do projeto de extensão “As Religiões numa Perspectiva Afrocentrada”, que busca romper com o racismo religioso presente nos campos educacional e de saúde. Por meio de oficinas, vivências e visitas a Casas de Candomblé, o projeto promove formação crítica e ética, valorizando as religiosidades de matriz africana como parte do patrimônio cultural e espiritual brasileiro.
Para o Prof. João Bosco Filho, celebrar esses momentos é reafirmar, de forma ética e política, o compromisso da universidade com o mês dedicado à consciência negra. “São ações que fortalecem nossa responsabilidade antirracista e ampliam o reconhecimento das ancestralidades que sustentam nossa história e nossas lutas”, destaca.
Assim, o Novembro Negro UERN Natal se consolida como um espaço de visibilidade, celebração e resistência, honrando a memória, a presença e o futuro da população negra no âmbito universitário e na sociedade.
