Embora os discursos emocionados e a entrega solene de prêmios e honrarias tenham se destacado durante a Assembleia dos 57 anos da Uern, estes não foram os únicos momentos tocantes que marcaram a cerimônia. Ao contrário, os primeiros instantes do evento já foram de muita emoção para os participantes.
Logo no início do evento, realizado na manhã deste domingo (28) no Teatro Dix-Huit Rosado, o palco recebeu a presença do Camerata de Flautas da Uern. A apresentação representou uma homenagem a Sebastião de Araújo Alves das Graças, instrutor musical na Escola de Música da Uern, falecido neste ano.
Coordenada pelo professor Hallysson Dantas, a apresentação especial interpretou as obras Marcha dos Caxixis e Minha Jangada, composições emblemáticas que integravam com frequência o repertório do grupo Flauta Mágica, coordenado por Araújo.
A Camerata reproduziu a mesma formação instrumental utilizada por Sebastião Araújo, recriando com sensibilidade a sonoridade aplicada pelo instrutor musical.
A apresentação inicial também contou com a presença do Coral da Uern, que foi retomado oficialmente neste domingo.
O grupo leva o nome de Josafá Inácio da Costa, seu primeiro regente. Composto inicialmente por alunos, professores e técnicos-administrativos da universidade, o Coral da Uern foi criado em 1988.
A apresentação deste domingo foi conduzida pela professora Merlia Faustino, atual regente do grupo.
A apresentação do coral representou uma homenagem à assistente social e mestra em educação Camila Morais da Rocha, egressa da Uern.
Camila dedicou-se à promoção da equidade, ao respeito à diversidade e à formulação de políticas públicas que acolhem e transformam.
Sua atuação pioneira como a primeira pessoa com deficiência a coordenar a política municipal voltada ao segmento em Mossoró representou um marco histórico na cidade.
Após as apresentações, a reitora Cicília Maia e o vice-reitor Chico Dantas entregaram moção de reconhecimento ao professor Josafá da Costa e a representantes de Sebastião Araújo e Camila da Rocha.

Festival
As ações ligadas à cultura também tiveram destaque, durante a solenidade, com o anúncio da primeira edição do Festival Uern Cultura Viva, realizado pela universidade e o Banco do Nordeste Cultural.
O festival acontecerá no próximo dia 11 de outubro, no largo do Sebrae, em frente ao Memorial da Resistência de Mossoró, e contará com a presença do cantor Chico César, com o show especial “Aos Vivos – 30 anos”, além da apresentação de músicos potiguares.
Confira abaixo os textos de homenagem lidos durante o evento:
Sebastião Araújo
“Sebastião não apenas ensinou música, ele semeou sensibilidade, disciplina e inspiração em cada acorde, em cada gesto, em cada olhar atento aos seus alunos. Sua dedicação transcendeu as partituras e alcançou o coração da comunidade acadêmica, tornando-se referência de ética, generosidade e paixão pelo ensino.
Ao longo dos anos, sua atuação contribuiu significativamente para o fortalecimento da cultura musical na Uern, promovendo o desenvolvimento artístico e científico com rara sensibilidade. Sua presença era sinônimo de harmonia, e sua ausência deixa um silêncio profundo, mas também um legado sonoro que ecoará por gerações.
A Uern, em nome de toda a sua comunidade acadêmica, expressa sua gratidão eterna e reverência à memória de Sebastião de Araújo Alves das Graças. Que sua história continue a inspirar aqueles que acreditam na educação como instrumento de transformação e na música como linguagem universal da alma.
Descanse em paz, mestre Sebastião. Sua melodia permanece entre nós.”
Camila da Rocha
“Camila dedicou sua vida à promoção da equidade, ao respeito à diversidade e à formulação de políticas públicas que acolhem e transformam. Sua atuação pioneira como a primeira pessoa com deficiência a coordenar a política municipal voltada ao segmento em Mossoró representa um marco histórico e inspirador.
Com sensibilidade, inovação e firmeza, ela contribuiu significativamente para tornar a cidade mais acessível a todas as pessoas. Seu legado ficou marcado na dedicação incansável e em uma profunda visão humanitária, que orientou cada momento da sua trajetória, transcendendo cargos e funções, tornando-a uma referência
de luta, coragem e transformação social.
A homenagem prestada pelo coral e pela camerata de flautas é um gesto simbólico que ecoa o reconhecimento coletivo à sua incansável atuação. Que sua história continue inspirando gerações e fortalecendo
os caminhos da inclusão.”