Na manhã desta terça-feira, 3 de junho, foi realizada uma nova rodada de debates sobre a adesão da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) ao ENEM/SiSU como forma de entrada no ensino superior. Desta vez foi realizado um debate envolvendo professores e alunos no auditório da Faculdade de Educação Física (FAEF).
O primeiro pronunciamento foi do Vice-Reitor Aldo Gondim que destacou a importância de realizar o debate com todos os setores da sociedade. “Essa mesa redonda foi pensada no sentido de nós divulgarmos ao máximo essa ideia, porque a Universidade não tomou essa decisão e sabemos a importância do ENEM/SiSU”, frisou. O Vice-Reitor lembrou que o assunto será decidido pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (CONSEPE). “É lá que vai ser tomada a decisão final”, advertiu.
Ele relatou que durante o período de dois meses foi praticamente unânime o apoio à adesão. “Durante abril e maio nós discutimos isso e só dois alunos se manifestaram e mesmo assim foi no sentido de pedir esclarecimentos”, acrescentou.
A Pró-Reitora de Ensino de Graduação, Inessa Linhares, também destacou a importância do debate. “Nós temos uma responsabilidade social não só com a comunidade uerniana, mas com toda a sociedade. Estamos fazendo essa discussão desde o início do ano. Estivemos com as direções das escolas, nos campi e com os alunos. Recebemos apoio por onde passamos”, relatou.
Ela lembrou da importância dos alunos fazerem o ENEM para ter acesso a projetos federais depois que entram na graduação. “Para participar dos programas federais o aluno precisa ter feito o ENEM. Isso vale para o PROUNI e o Ciências Sem Fronteira”, disse.
Com relação ao atual sistema vocacionado de acesso à universidade, Inessa explicou que a UERN terá autonomia para definir os pesos de cada disciplina nas disputas por vagas. “As universidades tem autonomia pedagógica e nós podemos adotar pesos específicos desde que decida internamente”, acrescentou.
A pró-reitora que o sistema de contas será mantido, assim como as isenções. “Hoje 70% dos alunos da UERN são oriundos de escola pública e ainda há a nova lei que garante 5% das vagas para pessoas com deficiência. As cotas não serão prejudicadas. Também não teremos nenhuma perda significativa com relação as isenções”, garantiu.
Para Inessa Linhares, a questão do risco do fim da regionalização da UERN não passa de um mito. “A tendência é que as pessoas fiquem nas suas regiões como já acontece hoje”, justificou.
A questão financeira também foi outro aspecto analisado. O vestibular da UERN custa atualmente R$ 600 mil sendo que R$ 200 mil são subsidiados pela UERN por conta das isenções. “Hoje temos um vestibular que não se paga. Precisamos tirar recursos do custeio para complementar porque temos muitas isenções. Com a adesão ao ENEM teremos a adesão ao Programa Nacional de Apoio as Universidades Estaduiais, mas para isso teremos que aderir ao ENEM/SISU”, disse a pró-reitora.
Inessa Linhares acrescentou ainda que se aderir integralmente ao ENEM/SISU a UERN pode garantir recursos federais na ordem de R$ 2.250.000
O pró-reitor de graduação da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) José Carlos Pavão disse que os recursos do ENEM/SISU fazem a diferença. “Hoje temos mais de cinco milhões só para assistência estudantil e com isso construímos recursos restaurante universitário e as residências, além de termos mais de 160 bolsas”, acrescentou.
Ele lembrou que o ENEM tem a finalidade de colaborar para a melhoria do desempenho escolar dos alunos do ensino médio e evitar a evasão nas universidades através da assistência escolas. “O apoio acadêmico é fundamental para manter os alunos com a produtividade adequada e isso não se resolve com uma lei”, frisou.
Representando a Associação dos Docentes da UERN (ADUERN), o vice-presidente João Soares, disse que a universidade continuará regionalizada. “Os dados demonstram que essa mobilidade regional não vai mudar”, frisou.
A presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Lidiane Samara disse que a iniciativa será importante. “O DCE da UERN está convicto que o ENEM/SISU é o melhor para a política estudantil”, destacou.