Texto: Iasmin Cardoso – Estagiária de Jornalismo
O câncer de colo de útero é um dos tipos mais comuns de câncer ginecológico, onde o vírus do Papilomavírus Humano (HPV) é a sua principal causa. A doença é grave, afetando diretamente as mulheres, sendo o tipo de câncer que mais mata jovens de até 36 anos.
Apesar de evitável, a doença é considerada problema de saúde pública mundial, particularmente em países menos desenvolvidos Por isso, iniciativas que oferecem atendimento gratuito são essenciais para reforçar a importância da prevenção contra o HPV e do cuidado com esse público.
Com esse objetivo, a Faculdade de Ciências da Saúde (Facs), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), promoveu, no dia 30 de agosto, um mutirão de rastreamento contra o câncer de colo uterino nos ambulatórios clínicos da instituição, com participação da coordenadora do projeto, Isabelle Cantídio, além de professores e estudantes, juntamente com a Residência Médica e com o internato em ginecologia e obstetrícia da Uern. A atividade teve ainda a parceria da Prefeitura de Mossoró, possibilitando a atualização do cartão de vacinas.
O público-alvo da ação foram mulheres entre 25 e 64 anos, mas também houve espaço para jovens que já iniciaram a vida sexual e buscavam prevenção contra o HPV. Ao todo, 26 mulheres foram atendidas com exames de papanicolau, teste de DNA-HPV e colposcopia. Além disso, a ação levou também a vacinação contra o vírus do HPV para mulheres acima da idade recomendada, ademais os exames gratuitos para pacientes de comunidades locais e da região.
A professora Rita de Cássia, de 51 anos e 3 filhos, relata não ser a primeira experiência com o atendimento ambulatorial da Uern. “Assim que soube do mutirão, dei preferência em vir porque confio muito no trabalho da instituição. É uma ação importante e necessária, que reúne profissionais da saúde e estudantes de medicina para atender diretamente à população”, frisa.
Sua colega de profissão, Mara Barros, veio por indicação de Rita. Com 37 anos, Mara informa que se dedica a cuidar da saúde desde cedo. “Já queria realizar o exame preventivo, vi no mutirão essa oportunidade. Na minha família tem histórico de câncer, então tenho o cuidado redobrado em procurar qualquer indício”, comenta.
Isabel Cristina, de 53 anos e 2 filhos, declara que é a primeira vez participando das ações dos ambulatórios. “Não conhecia, vim por conta própria e também para cuidar da minha saúde. Através do mutirão consegui realizar esses exames”, destaca.
Entre o público mais jovem, Ana Júlia, de 18 anos, demonstrava ansiedade para realizar seu primeiro exame preventivo, ressaltando a importância de dar o primeiro passo para iniciar os cuidados com a saúde desde cedo.
Projeto promove atendimento para as mulheres até o mês de dezembro
A ideia do mutirão partiu de um projeto de pesquisa da Uern em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o qual foi aprovado por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A proposta desse projeto é realizar um mutirão por mês, até dezembro. Também expandindo o mutirão de atendimento para outras cidades, atingindo até 1.000 mulheres.
A professora Isabelle Cantídio, coordenadora da atividade, enfatiza os objetivos da ação. “Através deste projeto procuramos organizar o rastreamento de câncer do colo de útero em Mossoró. Além de desenvolver um algoritmo que possibilite diagnosticar, de forma precoce, o câncer uterino e trazer um tratamento eficaz para as pacientes”, ressalta.
A professora Allyssandra Rodrigues, diretora da Facs, compartilha a importância do trabalho da instituição na realização do projeto de pesquisa e nas ações de atendimento gratuito à população. “Há 21 anos a Facs realiza projetos de extensão, construindo confiança e credibilidade, presente todos os dias em diferentes espaços”, diz.