A relação da técnica-administrativa Marina Braz com a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) começou cedo. Desde criança, ela alimentava o sonho de fazer a graduação na Uern, inspirada por sua mãe Rosilene Rodrigues de Castro Braz, que se formou em Pedagogia, em 1992, na Universidade. Bom, o desejo de fazer parte da Instituição se concretizou – não como estudante, mas como técnica-administrativa.
“Sempre sonhei em estudar aqui. Não consegui realizar o desejo de ser estudante, mas consegui ser servidora. Os planos de Deus são maiores e melhores que os meus. Hoje mais do que nunca, a Uern se tornou parte da minha vida”, declara Marina Braz. Ela ingressou na Uern em 2025, aprovada no concurso público de 2024, lotada na Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progep), em Mossoró. E embora o desejo pessoal de ingressar na Uern venha da inspiração da história de sua mãe, Marina Braz confessa que os benefícios e garantias assegurados pelo Plano de Cargos, Carreiras e Servidores (PCCR) influenciaram bastante na sua escolha de prestar o concurso público para a Uern.
“Sou formada em Fisioterapia, e estava querendo passar em um concurso, que para além da estabilidade financeira, fosse um cargo bom. Minha prima já trabalha na Uern e sempre falou bem, que era muito bom e que a implantação do PCCR melhorou muito a situação dos servidores. Tudo isso impactou na minha decisão de fazer o concurso. Quando cheguei aqui, me surpreendi positivamente, pois o Plano gera uma valorização do servidor bem maior do que eu esperava”, comenta.
Os Planos de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCRs) dos docentes e técnicos-administrativos da Uern são uma conquista recente da Instituição e, como observou Marina Braz, proporcionou mais valorização, mais autoestima, mais reconhecimento e qualidade de vida para os servidores. A implantação do plano marcou um novo momento para a instituição.
“A implantação dos PCCRs não representou apenas uma mudança administrativa, ela floresceu e transcendeu, sobretudo, para um novo modo de pertencer”, declara a pró-reitora de Gestão de Pessoas, Isabel Amaral. Vale ressaltar que a implantação dos Planos, em 2022, só foi possível após a conquista da autonomia financeira.
O professor Dr. Waldney Costa, do curso de Ciência da Religião, da Uern Natal, destaca que a implantação do plano trouxe um novo cenário de valorização para os servidores. “Fui aprovado como primeiro lugar no concurso de 2016, e convocado em janeiro de 2017. Trabalho aqui desde então. Quando entrei, o Plano de Cargos na Uern não era tão atrativo. O que me motivava era poder dar aula na minha área de formação, mas, de fato, tinha um problema na definição da carreira mesmo na Universidade”, afirma.
Para ele, uma das coisas que o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração alterou bastante para os servidores é a perspectiva de futuro. “Você perceber que poder ter uma carreira dentro da Universidade faz muita diferença. Tenho mestrado e doutorado, isso impacta muito na remuneração”.
O tecnico-administrativo Rivaldo Maia ingressou em 2001 na Uern em Patu e também testemunhou as transformações causadas pelo Plano de Cargos. Ele iniciou na Uern como contrato temporário, atuando como secretário de especialização em Ciências Contábeis, na Uern Patu. Em 2010, foi aprovado no concurso e convocado em 2013, lotado na diretoria do referido campus.
Na sua visão, de mais de 20 anos de Uern, “a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração foi extremamente positiva, proporcionando a estabilidade financeira que tanto almejávamos. A segurança e a previsibilidade que o plano trouxe foram fundamentais para o nosso bem-estar e para o planejamento de longo prazo”, afirma.
MELHORIAS PARA OS APOSENTADOS
Além dos servidores da ativa, os PCCRs também teve forte impacto na vida dos aposentados. Para Rúbia Lima, o Plano trouxe segurança jurídica para os servidores. “O Plano traz de forma muito clara os direitos e deveres dos servidores. Ele trouxe segurança jurídica, melhorias nas condições de trabalho e salariais”, diz.
Rúbia Lima ingressou na Uern em 1986, aos 29 anos de idade, e dedicou 37 anos ao servir na Uern. “Atuei na Proex, em Mossoró, onde pude colaborar com o primeiro Festuern, a campanha Meu Melhor Natal”, revela. Os laços feitos na Uern foram tão fortes, que mesmo aposentada Rúbia continua participando de eventos e atividades na Instituição. “Tenho a Uern como minha segunda família, e por isso fico feliz em ver os avanços”, enfatiza.
O professor aposentado Afrânio Câmara, 62, também construiu uma história de familiaridade e companheirismo na Uern ao longo dos seus 35 anos como servidor. “Entrei em 1989 e saí, aposentado, em agosto de 2024. A Uern foi e é a minha casa institucional, meu trabalho, meu esteio de vida por mais de três décadas. Como aposentado, continuo ligado a essas raízes, a essa casa acadêmica. Por exemplo, continuo professor da Pós, com orientandos em fase final de defesas”, releva.
Afrânio Câmara era lotado na Uern Assú, onde exerceu a função de Diretor do Campus, por dois mandatos seguidos (2006-2009/2010-2013), e foi coordenador do primeiro Mestrado Profissional no Campus, o Profletras. Ele lembra que o PCCR foi fruto de uma luta coletiva de muitos anos e um vitória inequívoca da categoria e da Universidade como um todo.
A reitora Cicília Maia ressalta que a aprovação e implantação dos planos de cargos, carreiras e remuneração dos servidores técnicos e docentes foi “um marco histórico, e hoje, quase três anos depois, podemos ver seus impactos positivos”, diz. E complementa: “Valorizamos nossos servidores, fortalecemos o sentimento de pertencimento e ampliamos a motivação de quem constrói diariamente a nossa Universidade. Os reflexos estão na qualidade do serviço público que entregamos: mais eficiência, mais compromisso e mais resultados concretos para a sociedade potiguar. Investir nas pessoas é, sem dúvida, o caminho mais sólido para fortalecer a educação pública”.

