
A edição 2025 do Mossoró Cidade Junina (MCJ) reafirmou seu papel de destaque na vida econômica, social e cultural da cidade. De acordo com levantamento realizado pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), por meio da Faculdade de Ciências Econômicas (Facem), em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), o evento gerou um impacto econômico de R$ 357,9 milhões, movimentando diversos setores e atraindo 1.292.469 pessoas, entre moradores e turistas.
O estudo, divulgado na manhã da quinta-feira, 17, na Reitoria da Uern, revelou que o MCJ 2025 superou as expectativas mesmo com a concorrência de outros grandes eventos juninos na região. Somente de fora da cidade vieram 301.011 turistas, o que representa 23,27% do público total. Visitantes de 93 municípios e 16 estados prestigiaram a festa. O índice de aprovação chegou a 95%, o maior da série histórica da pesquisa.
A média de gastos dos turistas foi de R$ 462,30, mais que o dobro do gasto médio dos mossoroenses, que foi de R$ 220,73. No geral, o ticket médio do evento ficou em R$ 276,95, valor que representa um crescimento em relação às edições anteriores. Esses gastos se distribuíram entre alimentação, hospedagem, compras no comércio local, transporte e serviços.
“O índice de aprovação de 95% foi o maior registrado até o momento”, destacou o professor Leovigildo Cavalcanti, diretor da Facem e coordenador da pesquisa.
A hotelaria registrou 82% de ocupação, o que gerou R$ 6,3 milhões em receitas diretas. O setor de bares e restaurantes faturou R$ 9,9 milhões, com destaque para os polos Estação das Artes, Cidadela e Polo Poeta Antônio Francisco. Em paralelo, o efeito multiplicador do evento foi de 8,34: cada R$ 1 investido gerou mais de R$ 8 em retorno para a economia da cidade.

Outro ponto de destaque é a geração de empregos: foram 8.308 postos de trabalho diretos e indiretos, especialmente nos segmentos de comércio, alimentação, segurança e turismo. A circulação financeira se estendeu para 42 municípios, totalizando R$ 21,5 milhões de impacto além das fronteiras mossoroenses.
O perfil do público mostrou predominância de visitantes jovens e adultos: 46,88% dos entrevistados tinham entre 25 e 39 anos. Quanto à escolaridade, 46,62% possuíam ensino superior completo, o que demonstra o nível de qualificação dos participantes. A maioria declarou renda mensal entre R$ 2.000 e R$ 5.000.
As redes sociais foram fundamentais na divulgação do evento. Mais de 53% dos turistas souberam do MCJ pelas plataformas digitais, seguidos por recomendações de familiares e amigos (26,54%) e veículos tradicionais como TV e rádio.
“É uma pesquisa que tem um histórico muito importante. Sempre mostrando que essa festa cresce a cada ano”, afirmou a reitora da Universidade, professora Cicília Maia..
O levantamento também subsidiou a atuação da Polícia Militar, que utilizou os dados para o planejamento da segurança em áreas estratégicas. “Um trabalho que reúne o empírico com a ciência. Fazendo com que possamos colocar tropas de maneira mais eficiente e eficaz. Trazendo resultados superlativos à população mossoroense e à academia”, afirmou o tenente-coronel Albervan Cirne de Medeiros.
O presidente da CDL Mossoró, Stênio Max, reforçou que os dados serão utilizados pelo setor produtivo para otimizar a edição de 2026. “A pesquisa da Uern é essencial para compreendermos os impactos do evento e planejarmos o futuro com responsabilidade e estratégia”.
Protagonismo estudantil também marcou o projeto. O estudante Victor Freire, do curso de Economia, integrou a equipe responsável pela coleta de dados de campo. “Foi uma oportunidade valiosa. Vimos na prática como funciona a vida de um pesquisador”, contou.
Entre os estabelecimentos mais citados como destino de compras durante o evento estiveram as lojas Riachuelo, Renner, C&A, Americanas, o Mercado Central e centros comerciais da cidade. A presença dos visitantes também se distribuiu nos principais polos do evento, com destaque para o Polo Estação das Artes, que recebeu o maior fluxo, seguido da Cidadela e do Polo Poeta Antônio Francisco.
Ao final da apresentação, a reitora informou que o relatório será entregue ao Governo do Estado, à Prefeitura de Mossoró, à Câmara Municipal e às entidades representativas do setor produtivo. O objetivo é subsidiar decisões públicas e privadas para consolidar o MCJ como uma das principais festas juninas do Brasil — culturalmente vibrante e economicamente estratégica.