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Uern debate cuidados com a população animal no Campus Mossoró e cobra políticas públicas integradas

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) promoveu, nesta sexta-feira (15), uma reunião ampliada para discutir os desafios enfrentados com o aumento da população animal no Campus de Mossoró. Apesar das ações de controle já em curso, como castrações e uso de coleiras para identificação dos animais domésticos internos, o número de novos animais que chegam à Universidade tem crescido constantemente — muitos abandonados, alguns com comportamento agressivo. Há registros de ataques a membros da comunidade acadêmica, inclusive a pessoas com deficiência, o que tem gerado preocupação e cobrado providências urgentes.

O encontro contou com a presença da reitora Cicília Maia; do pró-reitor de Extensão, Esdras Marchezan; da assessora de Governança e Transparência, Jéssica Figueiredo; do vice-reitor Chico Dantas; do vereador Petras Vinícius, representando a Câmara Municipal; de Josué Moreira, pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária; representantes do Corpo de Bombeiros e Francisco Rafael Ribeiro Soares, pelo Fórum de Diretores da Uern.

Cicília Maia destacou que, apesar dos esforços da instituição, é preciso ampliar o diálogo e a corresponsabilidade com outros setores. Segundo ela, “não adianta cada um resolver no seu espaço. A gente precisa de políticas públicas com ações conjuntas”, disse. A reitora ainda ressaltou que a preservação da vida é um princípio da universidade, mas alertou que a atuação isolada tem seus limites. “Hoje temos como principal medida o abrigo. Mas de que adianta chamar os bombeiros se não há onde colocar os animais?”, questionou. Ela afirmou que irá articular uma nova reunião, desta vez com a inclusão de mais entidades, especialmente a Prefeitura, a fim de construir um plano com responsabilidades definidas.

Durante a reunião, Jéssica Figueiredo reforçou que a questão não se restringe à Universidade. “Quando a gente começa a discutir, percebe que a solução ultrapassa os muros da Uern. Precisamos da polícia ambiental, porque se isso for levado à responsabilização, pode começar a mudar”, afirmou. Ela lembrou que os animais internos da instituição são castrados e identificados, mas o problema está nos que chegam constantemente, vindos de fora, inclusive de forma criminosa, por meio de abandono. “Sem um muro, esses animais continuam entrando. Já houve ataques, inclusive a pessoas com deficiência. E o que a Universidade pode fazer diante disso?”, questionou.

O representante do Fórum de Diretores, Rafael Soares, também defendeu a necessidade de reforço na segurança interna e chamou atenção para o impacto social do tema. Para ele, a causa animal envolve sensibilidades e exige respostas articuladas.

O pró-reitor Esdras Marchezan pontuou que muitas das demandas levantadas recaem sobre a administração pública e defendeu o envolvimento mais efetivo da Prefeitura de Mossoró. “É fundamental que o Município pense com a gente esse ponto final. Precisamos discutir mecanismos de vigilância e coibir o abandono de animais”, disse.

Representando a Câmara, o vereador Petras Vinícius elogiou a articulação entre os setores e destacou que o problema já tomou conta da sociedade como um todo. “Essa frente é importante porque junta várias pessoas que cooperam. Criou-se uma mobilização social, então precisamos ter ainda mais cuidado”, observou.

O vice-reitor Chico Dantas sugeriu a inclusão de outras instituições que possam colaborar tecnicamente, como a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), que possui hospital veterinário, e outras faculdades com cursos de Medicina Veterinária, como a Uninassal e a UnP.

Já Josué Moreira, do Conselho Regional de Medicina Veterinária, destacou a gravidade da situação, que já ultrapassa os limites do campus e tem chegado até a zona rural. Para ele, o cenário exige responsabilização efetiva dos órgãos competentes.

Ao final do encontro, ficou definido que o Gabinete da Reitoria marcará uma nova reunião, com participação ampliada de órgãos públicos, sobretudo da Prefeitura. A expectativa é de que essa nova rodada de discussões resulte em um plano de ação compartilhado, que garanta a segurança da comunidade universitária e o bem-estar dos animais, com respostas articuladas entre as esferas municipal, estadual e institucional.

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