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Projetos incentivam a participação feminina nas diversas áreas da ciência

Hoje, 11 de fevereiro, celebra-se o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Em uma sociedade ainda predominantemente patriarcal, as mulheres, muitas vezes, enfrentam grandes desafios para conseguirem autonomia, oportunidades e reconhecimento profissional. Por isso, a data é importante  para incentivar que as mulheres ocupem cada vez mais espaços, inclusive nas ciências. 

Pensando nisso, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) desenvolve projetos que têm como protagonista o público feminino. O intuito é fortalecer o compromisso com a igualdade de direitos entre homens e mulheres, principalmente do ponto de vista da educação e da ciência, o que é, inclusive, uma pauta essencial para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. “A presença das mulheres na ciência tem sido fundamental para o avanço do conhecimento e da inovação. Ao longo da história, enfrentamos desafios, rompemos barreiras e seguimos ocupando espaços que antes nos eram negados”,  afirmou a Pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Uern, Ellany Gurgel.

A reitora Cicília Maia conhece bem os desafios. “Não é fácil para as mulheres se dedicarem à ciência e à pesquisa, mas é um ambiente que precisamos desbravar. Veja o exemplo de Marie Curie e seus estudos sobre a teoria da radioatividade, ou Jaqueline Góes de Jesus, pesquisadora brasileira que atuou no desenvolvimento de protocolos de sequenciamento de genoma, que possibilitou o rápido sequenciamento do coronavírus. São muitas as descobertas e estudos que comprovam o potencial da mulher”, destacou Cicília.

Na Uern, diversas iniciativas têm como foco a atuação das mulheres. Uma delas é o “Oi, meninas”. Esse projeto de extensão surgiu no ano de 2021, a partir da necessidade das alunas do curso de Ciência da Computação, que questionaram o número reduzido de ingressantes do sexo feminino no curso, além da baixa permanência delas nessa graduação. A partir daí, viu-se a necessidade de criar um projeto que desenvolvesse ações voltadas para esse público. A ideia teve o apoio de quatro professoras que atuavam no departamento de Informática da Uern:  Alexsandra Ferreira Gomes, que assumiu a coordenação do projeto, Ceres Germanna Braga Morais, Cicília Raquel Maia Leite e Jéssica Neiva de Figueiredo Leite Araújo.

Desde então, o projeto tem realizado ações como palestras, mesas redondas, debates e cursos, mediante demandas internas e externas ao curso de origem. “Nesse tempo de atuação, foi possível comprovar que as ações do projeto não apenas ampliam o conhecimento técnico das participantes, mas também fortalecem sua autoconfiança e senso de pertencimento, além de promover uma mudança cultural ao sensibilizar a comunidade acadêmica sobre a importância da diversidade”, comentou a professora Alexsandra Gomes.

As mulheres que ingressam em cursos de exatas ainda enfrentam outra questão: o preconceito. “Quando entrei no curso, já sabia que a presença masculina era maior e fiquei apreensiva se realmente daria certo. Até em forma de incentivo na internet, de mulheres na área, eu não achava tantas para me inspirar e isso já me desmotivava. Então, pensei: por qual razão  eu não posso ser essa inspiração para outras e, ao mesmo tempo, encontrar inspiração nelas? Então, depois dessa motivação, fui encontrando mais mulheres na área, tendo contato e tudo foi dando certo”, disse Ingrid Câmara, aluna do 7º período do curso de Ciência da Computação da Uern. Ela está inserida no percentual de apenas 16% dos discentes com matrícula ativa desse curso que são mulheres.

Embora figuras femininas tenham sido pioneiras no campo da computação, ao longo dos anos, observou-se uma diminuição significativa de sua presença nos cursos relacionados à tecnologia. O projeto Oi, Meninas tem instigado a discussão acerca disso e contribuído para mudar essa realidade. “O aumento no número de ingressantes no curso comprova a eficácia da iniciativa e reforça seu impacto positivo na formação de novas gerações de mulheres na tecnologia”, finalizou Alexsandra Gomes.

Code Bloom: projeto incentiva a permanência de alunas nos cursos

Projeto oferece espaço colaborativo para  integrantes desenvolverem todo o seu potencial (Foto: Ênio Freire)

O departamento de informática da Uern também conta hoje com o projeto de ensino Code Bloom, coordenado pela professora Ceres Germanna, e que oferece iniciativas complementares ao projeto de extensão Oi, meninas, com diversas atividades que beneficiam as alunas do curso.

O projeto, criado em 2024, é desenvolvido pelo Programa de Educação Tutorial de Ciência da Computação (PETCC), sendo uma iniciativa proposta pelas próprias meninas que fazem parte do programa. “A iniciativa visa promover um ambiente mais acolhedor para as mulheres no curso, fortalecendo a permanência e o desenvolvimento das estudantes na área, além de criar um espaço colaborativo onde as suas integrantes possam desenvolver todo o seu potencial”, informou a professora Ceres Germanna.

Para isso, o projeto desenvolve uma série de atividades focadas em criar um ambiente de suporte e motivação. As táticas envolvem workshops técnicos, além de oficinas de habilidades interpessoais. Os encontros têm como objetivo abordar os obstáculos enfrentados por mulheres na área, como a baixa representação feminina e as barreiras estruturais existentes na carreira, além de facilitar a troca de vivências entre as participantes. “Entrei no Code Bloom para inspirar mais e mais as mulheres da computação a permanecerem e se sentirem parte desse espaço. Hoje podemos ver ótimos resultados e sei que ainda há muito por vir, pois fazer parte desse grupo é como florescer no curso”, disse Ingrid Câmara, integrante do projeto.

Ao longo do semestre, foram desenvolvidos três encontros presenciais do Code Bloom, com participação média de 15 pessoas, entre professoras e alunas. “Percebemos que, ao longo dos encontros, houve um maior entrosamento entre as alunas, além do sentimento de pertencimento ao curso e às atividades desenvolvidas nele. No semestre 2025.1, o Code Bloom terá continuidade, dentro das atividades do PETCC, de forma a permanecer no acolhimento e busca constante da equidade de gênero dentro do curso de Ciência da Computação”, finalizou Ceres Germanna.

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