A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) desempenhou um papel central na realização da Conferência Municipal de Meio Ambiente, que aconteceu nesta terça-feira (21), no Auditório Amâncio Ramalho, na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). Com o tema “Emergência Climática: desafios, cenários e compromissos para um futuro possível”, o evento marcou a retomada das conferências ambientais em Mossoró, interrompidas por mais de uma década.
Promovida pela Prefeitura de Mossoró, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Serviços Urbanos, a conferência reuniu representantes da sociedade civil, agentes públicos, organizações não governamentais e instituições parceiras como a Uern, Ufersa, Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Instituto Brasil, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Lixo Zero.
Para Zilda Nice Guedes, gerente executiva de Educação Ambiental do Município e presidente da conferência, o evento representou um marco importante. Ela lembrou que o intervalo de 11 anos desde a última conferência reforça a necessidade de ampliar o diálogo e a reflexão sobre a emergência climática. “Esse momento é um convite às cidades para pensarem juntas e proporem soluções. O diálogo com instituições como a Uern foi essencial para mobilizar a sociedade civil organizada, agentes públicos e o terceiro setor. É uma oportunidade de construir propostas de curto, médio e longo prazo”, afirmou, destacando a ampla mobilização e a condução dos grupos de trabalho durante o evento.
A reitora da Uern, Cicilia Maia, reforçou a importância de transformar discussões como essa em ações concretas. Para ela, a emergência climática deixou de ser um tema distante e tornou-se uma realidade urgente. “As evidências estão aí, irrefutáveis. Todos os dias os noticiários trazem reportagens sobre desastres ambientais e vidas perdidas. Quando éramos crianças, o efeito estufa parecia algo distante, mas agora ele se faz presente. Precisamos de mudanças de atitude que resultem em políticas públicas”, destacou.
O evento foi construído coletivamente, com a Uern desempenhando um papel estratégico. A professora Ana Luiza, representante da instituição no Conselho Municipal de Educação Ambiental e integrante da comissão organizadora, explicou que as discussões realizadas em Mossoró servirão de base para propostas estaduais e nacionais. “É essencial estarmos aqui reunidos, depois de tantos anos, para pensar em ações que possam ser concretizadas. A Uern já vem há algum tempo debatendo mudanças climáticas, e essa conferência é uma oportunidade de ampliar essas discussões”.
A programação contou com apresentações culturais e grupos de trabalho que elaboraram propostas para enfrentar os desafios climáticos. O secretário de Infraestrutura de Mossoró, Miguel Rogério, ressaltou que o tema é de extrema relevância para a sociedade, sobretudo no combate aos efeitos danosos da queima de combustíveis fósseis. Já Cláwsio Rogério, pró-reitor adjunto de Extensão e Cultura da Ufersa, defendeu que as discussões se traduzam em ações tangíveis e executáveis, capazes de gerar melhorias ambientais concretas.
Representando o IFRN, Samylle Medeiros reforçou o papel das instituições de ensino no enfrentamento da crise climática. Ela destacou que, além de promover conscientização, é preciso desenvolver políticas de adaptação aos efeitos das mudanças que já são percebidas. Esse compromisso com a educação também foi abordado por Alexandre Alves, da Secretaria Municipal de Educação, que afirmou que não há como pensar o futuro sem abordar questões ambientais de forma integrada à formação educacional.
O vereador Thiago Marques chamou atenção para a responsabilidade coletiva na busca por soluções. “O meio ambiente precisa de ações concretas e imediatas. Essa é uma questão do presente, e sei que daqui sairão ideias capazes de transformar a realidade”, declarou.
A participação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) também foi destacada por sua representante, Lúcia Guaraldo, que apontou a necessidade de práticas mais acessíveis e descentralizadas. “A ordem do dia é plantar, em todos os lugares. Queríamos que essa discussão partisse da base, e não ficasse limitada a questões técnicas”, disse.
Por fim, Hilquias Barros, embaixador do Instituto Lixo Zero, enfatizou a importância de mudanças individuais e coletivas no comportamento ambiental. Ele destacou que a separação correta de resíduos e o cuidado com recursos como água e energia são ações essenciais para reverter o cenário atual: “Precisamos de uma revolução ética, uma mudança na forma como pensamos e agimos em relação ao meio ambiente”.
A Conferência Municipal de Meio Ambiente deixa como legado propostas que serão encaminhadas à etapa estadual e, posteriormente, à nacional, com o objetivo de transformar as discussões em políticas públicas que enfrentem a emergência climática de forma efetiva.
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