A abertura do III Encontro Institucional de Parceiros da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) Socialmente Referenciada, Inclusiva e Includente ocorreu na tarde desta quinta-feira, 21, no auditório Padre Mota, da Faculdade Católica do RN (FCRN).
Somando com a Diretoria de Políticas e Ações Inclusivas (Dain), o evento debate o acesso e a permanência de estudantes, técnicos-administrativos e docentes com deficiência, com foco na ascensão social.
O 21 de setembro é ainda o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, no ensejo do qual o debate se realizou.
Para receber os presentes, o aluno da educação básica Adryan David, pessoa com transtorno do espectro autista, fez a leitura da mensagem “O autismo para além do laudo”. “Para mim, a inclusão é respeitar as pessoas como elas são, pois somos todos diferentes”, disse, externalizando seu desejo de se tornar engenheiro civil.
Fernanda Kallyne, coordenadora-geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Inclusão Social da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), falou que o trabalho pela garantia dos direitos das pessoas com deficiência é diário. Mencionou o acompanhamento que a instituição federal promove a seus alunos com deficiência e destacou a importância das iniciativas inclusivas. “Todo dia é um dia de luta pela efetivação do direito”, disse.
Coordenadora de Políticas para Pessoa com Deficiência do Município de Mossoró, Camila Morais salientou a necessidade de efetivação das políticas inclusivas, “para que comecemos a lutar cada dia mais por uma vida de qualidade para as pessoas com deficiência”.
Com a palavra, o Padre Charles Lamartine, diretor-geral da FCRN e diretor do Colégio Diocesano Santa Luzia, disse que as instituições que ele lidera estão à disposição de parcerias com as universidades públicas. Exaltou também o trabalho desempenhado pela professora Ana Lúcia Aguiar, titular da Dain. “Ana Lúcia torna a Uern um ponto de encontro e de partida para todas as instituições”.
O promotor de justiça Guglielmo Marconi, da 15ª Promotoria de Justiça de Mossoró, responsável pela Defesa da Pessoa Idosa e da Pessoa com Deficiência, esteve representado pela assistente social Rebeka Barbosa, do Ministério Público do RN (MPRN).
De acordo com ela, o promotor observa que Mossoró dispõe de uma rede socioassistencial relevante, mas cobrou a instalação no município, “até pelo seu porte”, de uma Residência Inclusiva, unidade que oferta Serviço de Acolhimento Institucional, no âmbito da Proteção Social Especial de Alta Complexidade do Sistema Único de Assistência Social (Suas), para jovens e adultos com deficiência.
“As soluções não precisam ser só formais, mas precisam ser essenciais”, disse Erison Natécio, titular da Secretaria de Assistência Social e Cidadania de Mossoró e representante do Município. Para ele, não basta criar leis e normas sobre o assunto; é preciso torná-las efetivas.
Enquanto membro da Câmara Municipal de Mossoró, o vereador Tony Fernandes, integrante da Frente Parlamentar da Pessoa com Deficiência, falou em nome do legislativo local. “A pessoa com deficiência merece respeito e dignidade”, registrou. Mencionou ainda recentes iniciativas de lei, que proibiram o uso de fogos de artifício e que mudaram, nas normas locais, a expressão “portador de deficiência” para “pessoa com deficiência”, atualizando os documentos oficiais com o termo mais adequado. Tony esteve acompanhado do vereador Paulo Igo.
Emocionada, a professora Ana Lúcia registrou que o 21 de Setembro, enquanto Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, e o 3 de Dezembro, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, estão agora no calendário da Uern, que reconhece o valor indispensável das datas. “Essa é a nossa luta, esse é o nosso dispositivo: a inclusão da pessoa diversificada. Enquanto vida eu tiver aqui na Terra, até o último fôlego da minha vida, eu estarei com vocês, contem com a Uern”.
Feliz pela celebração dos 55 anos da Uern, “Universidade da qual a cada dia eu tenho mais orgulho”, a reitoria Cicília Maia sublinhou que o encontro evidenciava a soma de esforços das instituições locais. “E precisamos nos debruçar cada vez mais sobre esse tema. Podemos conquistar muito mais, se estivermos todos em prol da mesma causa”.
A reitora frisou ainda a significância “de podemos pautar, nacional, regional, estadual e localmente, metas de políticas bem definidas de apoio à inclusão”. Segundo ela, essas iniciativas deveriam constar do plano plurianual do governo federal para, desse modo, garantir recursos para essas políticas.
Além disso, homenageou tanto a professora Ana Lúcia quanto a professora Vera Lúcia Fernandes, docente emérita da Uern e uma das precursoras das políticas de inclusão na Universidade.
Ao final, Ana Lúcia recebeu das mãos do do vereador Tony uma moção oficial de aplauso da CMM.
Os músicos Cláudio Araújo, no acordeon, e Dergivaldo Avelino, no violão de sete cordas, foram responsáveis pela atração cultural.