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Reitora em exercício e secretária adjunta de Saúde debatem a atuação feminina em cargos de gestão

Os desafios enfrentados pelas mulheres, sobretudo em relação à atuação em cargos de gestão durante a pandemia do coronavírus, foram debatidos, na noite desta quinta-feira, 11, em roda de conversa promovida pela Uern, por meio da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP).

Tendo como debatedoras a reitora em exercício da Uern, professora Fátima Raquel Morais, e a secretária adjunta de Saúde do Estado e docente da Uern, professora Maura Sobreira, o evento foi marcado pelas discussões em torno das barreiras geradas pelo machismo, dos papéis exigidos de forma desigual na sociedade e dos caminhos para possíveis mudanças desses cenários.

Durante o encontro, que foi mediado pela radialista e técnica Aline Linhares, lotada na Agência de Comunicação (AGECOM), a professora Fátima Raquel salientou a necessidade constantemente imposta às mulheres de provarem a própria competência para exercer as funções dos cargos que ocupam.

“Isso ocorre inclusive a partir de mulheres também, porque vivemos em uma sociedade culturalmente extremamente machista, e muitas mulheres têm esse estigma enraizado dentro de si”, destacou a reitora em exercício.

Conforme a professora Maura Sobreira, um dos reflexos desse cenário é o número reduzido de mulheres em posições de chefia, em comparação com a quantidade de homens nos mesmos cargos.

Isso acontece, acrescentou, mesmo em áreas que têm a maior parte do corpo profissional formado por mulheres. Dos 26 estados e Distrito Federal, ilustrou a professora, apenas uma secretaria estadual de saúde é comandada por uma mulher, embora as mulheres sejam maioria na área da saúde.

“E quando é uma figura feminina que ocupa esses cargos, a gente é questionada não só pelos pares, mas também por atores externos”, frisou Maura Sobreira.

A secretária adjunta destacou ainda que o cenário de pandemia afetou mais gravemente as mulheres, uma vez que estas não só são maioria na linha de frente no enfrentamento ao vírus, mas também, em diferentes contextos, ficaram mais vulneráveis a preconceitos e a diversos tipos de violência, a exemplo do feminicídio, que registrou alta em 2020.

“A pandemia aprofundou mais ainda as desigualdades que estruturam o patriarcado brasileiro”, pontuou.

Diante dos desafios, ressaltou a professora Fátima Raquel, é importante que as mulheres também não se permitam ser envolvidas pela culpa por não atender às expectativas que lhe são atribuídas de forma desproporcional e nem deixem de ter atenção consigo mesmas, mas atentem para o autocuidado e para as próprias necessidades.

“A gente precisa cuidar de si e também ser cuidada muitas vezes. Isso faz parte, não quer dizer que somos frágeis. Somos seres como quaisquer outros. Não somos máquinas, não somos de ferro”, comentou.

Para a professora, um dos passos fundamentais para a mudança desses quadros é exercitar a desconstrução do machismo estrutural rotineiramente, ao mesmo tempo em que se educam as novas gerações para terem uma perspectiva diferente sobre o papel da mulher na sociedade.

“A desconstrução começa na gente. Devemos ter homens e mulheres lá fora que nos entendem e diminuam essas diferenças. Preciso construir na minha casa um lar em que as pessoas que crescerem nele cresçam com outra visão do ser mulher. O ser mulher não só em casa, mas o ser social, mãe, educadora, por exemplo. Ou a gente constrói isso do berço ou vamos continuar discutindo essas questões sem encontrar um denominador comum”, frisou a professora.

A roda de conversa pode ser assistida na íntegra no canal da Uern no YouTube.

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